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Congresso prefere o populismo a pensar no futuro

A mistura de um governo fraco com um Congresso que não pensa no futuro está custando caro. A Câmara aprovou ontem a correção de todos os benefícios da Previdência pela valorização do salário mínimo. É uma bomba-relógio. Falta visão se longo prazo ao Congresso. Os parlamentares estão preferindo o populismo a pensar nas próximas gerações.

O governo estima que, se estivesse valendo agora, a emenda traria um custo de R$ 9 bilhões. Pela regra, todos os aposentados e pensionistas — inclusive os que ganham mais de um salário mínimo — terão reajustes como os do salário mínimo, que é corrigido pela inflação do ano anterior e o crescimento do PIB de dois anos antes. Ou seja, se o país crescer, todos os benefícios da Previdência terão reajuste real dali a dois anos.
No primeiro momento, não haverá impacto. O Brasil cresceu 0,1% em 2014 e neste ano a tendência é recessiva. Mas a Previdência é para ser pensada no longo prazo, pelas próximas décadas. É essa visão que falta à Câmara dos Deputados.
O salário mínimo, desde o Plano Real, aumentou 150% acima da inflação. Foi uma escolha feita pelos governos para recuperar as perdas que o mínimo teve nas décadas anteriores. Se isso for estendido a todos aposentados e pensionistas, inclusive a quem ganha mais, criará uma bomba-relógio. A população está vivendo mais.
Tudo isso deve ser olhado antes de se aprovar a regra. Mas o Congresso aprova as mudanças sem fazer contas. Prefere decidir pelo que é “pop”. Acaba esquecendo das próximas gerações.(Blog da Míriam Leitão)

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