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Com economia fraca, destino dos juros divide especialistas

O Banco Central trabalha para trazer a inflação à meta de 4,5% até o final de 2016. Há especialistas que não acham isso possível. As expectativas do mercado estão acima desse patamar, em 5,5%. Isso significa que o BC teria que elevar mais os juros para atingir a meta até o ano que vem. Mas subir a Selic vai atrapalhar mais a atividade, já muito fraca.
Há especialistas que defendem que os juros devem ficar nos atuais 13,75%. O objetivo de trazer o IPCA para 4,5% poderia ficar para 2017, pensa Octavio de Barros, diretor de pesquisas econômicas do Bradesco. José Roberto Mendonça de Barros, economista que trabalhou em governos do PSDB, entende que, com a economia tão fraca, o BC está indo longe demais com a taxa de juros.
Nesta semana será divulgado o Relatório Trimestral de Inflação, um documento do BC com cerca de 200 páginas; se o objetivo de colocar o IPCA na meta será postergado, haverá alguma indicação sobre isso ali, nas entrelinhas.
A expectativa para a inflação em 2015 piorou muito neste ano. Em janeiro, estava em 6,56%, de acordo com o Focus. Hoje, há muitas instituições projetando o IPCA acima de 9%. Confirmada a expectativa, o BC teria que derrubar a inflação pela metade em apenas 12 meses para chegar à meta de 4,5% no final de 2016.
Alguns economistas acreditam que a subida dos juros deve continuar. A meta, na visão deles, precisa ser cumprida no final de 2016 para que o BC recupere sua credibilidade após ter sido leniente com a inflação alta no primeiro mandato.
Há, portanto, uma discussão entre os especialistas sobre o destino dos juros. Em 13,75%, a Selic já está muito alta para uma economia que não cresce. Mas, com a inflação podendo terminar o ano acima de 9%, o BC precisará ser mais combativo para derrubar o IPCA pela metade até o final de 2016 e recuperar sua credibilidade.(Blog da Míriam Leitão)

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