Marina: “O Brasil caminhou 20 anos para trás”
A ex-senadora Marina Silva (PSB) afirmou que a presidente Dilma Rousseff terceirizou o Governo Federal e que o Brasil patina “numa crise econômica e sócia agravada pela corrupção”, além de ter “caminhado 20 anos para trás”. Em sua passagem pelo Recife para coletar assinaturas para viabilizar a criação da Rede Solidariedade, a ex-senadora também disse que o ajuste fiscal é necessário, embora seja um remédio que está sendo muito mais amargoso do que seria com alguém que tivesse mais credibilidade.
“A presidente Dilma terceirizou o governo federal, a condução econômica do país fica a cargo de Joaquim Levy e o governo fica sob a responsabilidade do PMDB e do ex-presidente Lula. Falta uma atitude de respeito, de mudança. Dessa forma acabamos patinando numa crise econômica e social agravada pela corrupção”, afirmou.
Ela também se posicionou contra a implantação do “distritão”, que em sua avaliação só irá beneficiar os grandes partidos e os candidatos já conhecidos. Marina também frisou que tanto trabalhadores como empresários estão perplexos com a crise política e econômica atual. “Tenho conversado com lideranças, movimentos sociais, intelectuais, trabalhadores, empresários. É uma perplexidade. Como é que a gente achava que estava avançando 20 anos para frente e descobre que caminhou 20 anos para trás?”, destacou.
Marina também disse que a presidente Dilma e o PT teriam enganado a população durante a campanha eleitoral. “O Governo tem uma dificuldade muito grande em relação a medidas que está tomando. Porque fez uma campanha onde não reconhecia a crise e os problemas. E disse para a sociedade que estava tudo bem, tudo maravilhoso e que tudo iria continuar assim. Agora, está oferecendo para a sociedade uma série de medidas para as quais ela não foi alertada. Há uma baixa credibilidade por parte do Governo. Portanto, o remédio está sendo muito mais amargoso do que seria com alguém que tivesse mais credibilidade”, disparou.
Em sua avaliação, o governo transferiu o ônus do ajuste fiscal para os trabalhadores, sem que nenhuma contrapartida fosse oferecida. “No momento em que aumenta o desemprego por conta da recessão, se faz medidas que impedem o acesso dos desempregados ao seguro-desemprego. No momento em que a gente tem inflação alta, no momento em que a gente tem juros altos e a sociedade se sentindo mais desprotegida, é ela que está pagando o maior preço e o Governo não está se dispondo a fazer o mesmo”, disse.
(Brasil 247)