Vera Cruz: Esgoto jogado literalmente na praia
Há momentos em que a indignação da população ultrapassa todos os limites de cobrança às autoridades responsáveis pela cidade. Em um mundo cada vez mais voltado para a sustentabilidade, vemos debates, seminários e campanhas para enfrentar as mudanças climáticas e conscientizar a sociedade sobre a importância de um compromisso coletivo. No entanto, de nada adianta tanto esforço se ações concretas não forem implementadas.

Um exemplo alarmante é a poluição das praias na Ilha de Itaparica, nos municípios de Vera Cruz e Itaparica. A empresa responsável pelo saneamento, que deveria garantir a preservação do meio ambiente, tem feito exatamente o oposto: despeja esgoto diretamente no mar. Isso acontece em várias localidades, especialmente onde supostamente já foi implantado um sistema de esgoto. Na prática, porém, ele não funciona, e os dejetos acabam sendo lançados no oceano, poluindo as praias.
O cenário se torna ainda mais absurdo quando se observa os relatórios do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), que apontam que, em um universo de 28 a 30 praias entre o litoral e a contra-costa, apenas duas seriam impróprias para banho. Como acreditar nisso diante da realidade visível de abandono e degradação?
O descaso da empresa de saneamento é gritante, mas o pior é a omissão das autoridades municipais. A Secretaria do Meio Ambiente, a Câmara de Vereadores e a gestão municipal precisam agir urgentemente, pois essa situação está matando as praias de Vera Cruz.
Para agravar ainda mais a questão, os moradores ainda pagam uma taxa de 80% sobre o consumo de água para a manutenção do sistema de esgoto. Mas onde está essa manutenção, se o esgoto continua sendo despejado diretamente no mar?
Enfrentar a emergência climática exige mais do que seminários e reuniões. São necessárias políticas públicas reais, fiscalização rigorosa e ações imediatas para resolver esse problema antes que seja tarde demais.
Visão Cidade