Jac Motors nega intenção de trocar fábrica na Bahia por outra no Rio
A JAC Motors nega que tenha intenção de trocar a Bahia pelo Rio de Janeiro para instalar a sua fábrica, como teria dito o ex-secretário da Indústria e Comércio, James Correia. “A JAC não pretende sair da Bahia e nem foi procurada por ninguém”, garantiu o diretor de assuntos corporativos da montadora no Brasil, Eduardo Pincigher, durante o lançamento, em Salvador, do seu novo modelo, o JAC T6. Segundo ele, o que existiu foi uma “especulação” da JAC Motors sobre a possibilidade de instalar uma fábrica de caminhões no Rio, mas nunca a de automóveis.
Pincigher não esconde sua frustração com o governo baiano, que teria mudado as regras do jogo. “Em setembro do ano passado, apresentamos todas as garantias solicitadas. Tanto que foi iniciativa do próprio governo anunciar a liberação do financiamento. Por isso estranhamos essa nova posição, que nos pede novas garantias”, frisa o diretor. “Estamos trabalhando junto com à Desenbahia e à Secretaria da Fazenda para chegar a um acordo”, alivia Pincigher para logo voltar às críticas.
“O fato é que a nossa terraplanagem está pronta há meses, a construtora está escolhida, o projeto do carro está pronto, há 10 sistemistas com contratos assinados para serem fornecedores. Nosso projeto está pronto. A gente precisa o que foi combinado desde as primeiras conversas, que é a liberação desse financiamento (R$ 120 milhões) para iniciar a obra civil da planta”, afirma. “Não é um dinheiro dado, é um dinheiro emprestado e que será devidamente quitado ao longo de um período combinado por ambas as partes”, assinala, ao rebater as afirmações do governador Rui Costa de que a montadora precisa dar garantias que devem ir além do “fio do bigode”.
Questionado se a JAC Motors tem um prazo limite para esperar a liberação do financiamento, Pincigher disse que agora a montadora não tem pressa. “O atraso (nas obras) acabou compensando alguns prejuízos que teríamos se estivéssemos inaugurando agora a fábrica”, diz, referindo-se à crise econômica que tem levado a uma forte retração nas vendas de automóveis no país. “Se a construção começar agora, a fábrica estaria pronta no segundo semestre do próximo ano, quando a crise deve começar a ser revertida”, ponderou.
O projeto da JAC Motors já custou ao governo do Estado R$ 28 milhões com a desapropriação do terreno que abrigará a montadora, além dos quase R$ 100 milhões dado através incentivos fiscais para importação dos veículos. O projeto da JAC prevê um investimento de R$ 1 bilhão para uma produção anual de 100 mil veículos e geração de 3,5 mil empregos diretos.