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Comércio de usados avança na internet com preços atraentes

Diante da crise, a classe média vem pensando duas vezes antes de consumir. Mas se estiver complicado resistir a uma comprinha, o mercado de usados pode ser uma opção, com a oferta de produtos a preços até 80% menores que os novos.
Baianos apostam cada vez mais nesse nicho. Há quem também tenha descoberto que os objetos de que não precisa mais podem render uma renda extra ou, inclusive, propiciar capital para a compra de outros mais necessários no momento.
No site OLX – maior plataforma online de classificados gratuitos do país – a Bahia consta como um dos principais mercados, com mais de 436 mil anúncios ativos. “O atual momento econômico oferece uma grande oportunidade de crescimento para o mercado de usados, que está aquecido e tende a desenvolver nos próximos anos”, diz o diretor de operações da empresa no Brasil, Marcos Leite. 
A microempresária Maria Brandão, 31 anos, já comprou e vendeu  usados. O hábito teve início há oito anos, quando foi morar em São Paulo e começou a frequentar brechós e feiras.  “Gosto porque as roupas têm história e eu tenho um estilo próprio e não sigo a moda. Tenho apego à peça, mas se vejo que já não a uso mais, resolvo dar um destino a ela”, conta.
Maria participa, pontualmente, da organização de eventos do tipo, a exemplo do Bazar Ulalá, realizado há três semanas,  que ofertou 400 peças com valores de

R$ 11 a R$ 50, em média.

A moda produziu um dos casos de sucesso desse mercado, o site Enjoei. Na Bahia, já possui 14 mil usuários. A diretora de marketing e planejamento do site, Juliana Perlingiere, acredita que o modelo de compras faz sucesso pelo contato que proporciona entre as pessoas.
“São humanos que estão em tudo. É a blusa que comprei em Paris e gostava pra caramba, mas emagreci e não vou mais usar, por isso vou vender. Tem caso de gente que usou o site e se reconheceu na rua”, diz.
Ela diz que esse tipo de negócio pode ajudar a fomentar o consumo sustentável, já comum  em alguns países europeus. “70% das pessoas que usam o Enjoei nunca tinham comprado usados”.  Um dos atrativos do site é a chance de adquirir marcas com preços até 80% inferiores aos novos
Sites especializados, grupos no Facebook, brechós, feiras ou bazares. É possível encontrar boas ofertas em qualquer um desses lugares. Mas o consumidor precisa ter cautela ao escolher com quem fará negócio.
Isso porque, quando se compra de pessoa física, não há os mesmos direitos da aquisição do produto novo.
“Caso o leitor queira fazer isso em algum bazar, que ao menos seja de alguém conhecido, de confiança”, sugere o assessor técnico do Procon Bahia, Filipe Vieira.
Código do Consumidor

É que para o Código de Defesa do Consumidor (CDC) agir, é preciso que, primeiro, seja configurada uma relação de consumo com um fornecedor.

Vieira explica que fornecedor é aquele que tem habitualidade em vender e o faz com intuito do lucro e finalidade profissional.
“Quando se compra diretamente de uma pessoa não necessariamente se configura uma situação de consumo e, com isso, afasta-se o CDC”, afirma Vieira.
Mas o fato de não haver uma situação de consumo não descarta totalmente a responsabilidade de quem comercializa produto com defeito.
Código Civil

“Se eu tenho uma compra protegida pelo Código do Consumidor, tenho mais facilidade para defender os meus direitos. Mas as compras que não são feitas com um fornecedor habitual não afastam o direito de reclamar. O comprador pode chamar, nesse caso, o Código Civil”, diz o assessor.

Quem compra em sites deve pesquisar bastante a qualificação dos vendedores, fornecidas por ex-compradores. Em caso de problemas com o vendedor, o site, enquanto intermediário, responde ao Código de Defesa do Consumidor.

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