Mães pagam R$ 1,3 mil para fazer bonecos que são cópias dos filhos
“As mães fazem bonecos dos filhos que já cresceram e elas querem eternizar. Também ocorre das filhas casarem, irem para outra cidade, e as avós fazerem uma cópia dos netos para deixar com elas. Isso é o mais comum”, contou a artesã.
Ele não é uma réplica de uma criança que existe, mas tem desempenhado um papel importante na vida dela.
“Ele é tão verdadeiro, que a gente conversa com ele, brinca e troca a roupinha. Como eu fico muito sozinha, ele acaba sendo a minha companhia”, contou Angélica.
“A sobrancelha tem que fica parecida com pelinhos, tem que ser da cor do cabelo, para ficar bem bonitinho”.
A textura das bonecas reborn é mais flexível do que a das bonecas tradicionais encontradas nas lojas, deixando o produto ainda mais parecido com verdadeiros bebês. “Algumas mães chegam a chorar. Elas não acreditam de tão parecido que fica”.
Todo o trabalho começa quando a cliente leva uma foto da criança. A partir desta foto, Sandra busca em um banco de moldes qual mais se assemelha ao bebê para então começar a confecção da boneca.
“Se eu encontrar um molde parecido com a criança da foto, eu faço a partir daquele molde para ir mais rápido. Se eu não achar, eu mesmo faço um molde”, explicou. Segundo ela, geralmente, é possível aproveitar um molde já que existem mais de cinco mil catalogados pelas empresas fabricantes.
O trabalho tão perfeccionista esconde um amor sem motivação pelas bonecas. Antes de aprender essa técnica, Sandra tinha uma coleção de mais de 100 bebês. Ela só se desfez do acervo, quando aprendeu a produzir as próprias bonecas.
“Eu tinha um quarto que era repleto de bonecas, só boneca. Eu adoro, quando eu vejo uma, dizem que o meu olho até brilha. Como eu aprendi a fazer, eu doei tudo para instituições de caridade”, lembrou.
O sonho
O primeiro passo para a realização de um sonho, Sandra já deu – o ateliê é uma realidade. Agora, ela pretende montar uma loja para vender exclusivamente bonecas. O valor inicial de uma bonecareborn é de R$ 1.300, porém, de acordo com Sandra, não é possível viver apenas da confecção das bonecas porque a demanda é variável.
Atualmente, ela tem este trabalho como um hobby já que tem outra fonte de renda. “Antes de eu me aposentar, eu já fui me mexendo, já fui aprendendo. Mas, para a pessoa que quer viver disso, é complicado. Não é uma coisa que dê aquele lucro e, em alguns meses, você vende bastante e, em outros, não vende nenhum. É uma coisa bem irregular”, comentou.
Mesmo diante da aparente inconstância, Sandra acredita na ideia. “É para vender para uma pessoa que vai cuidar, que tenha amor por boneca como eu tenho. Porque não é um produto comum, não é apenas uma boneca. É uma coisa cara”, argumentou.
A loja dos sonhos da Sandra também oferecerá para os clientes outros tipos de bonecas – todas, entretanto, artesanais.
(G1)