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3 sinais de que o Brasil está perto de um colapso de energia

Desafiador. Foi assim que o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, definiu hoje o atual cenário do sistema energético brasileiro. Mas, diante das projeções feitas por analistas consultados, é possível concluir que o governo foi, no mínimo, eufemista.
Para os especialistas, se o índice de chuvas não atingir a média histórica até abril e o nível dos reservatórios das hidrelétricas não voltar a subir, o racionamento de energia pode, sim, voltar a fazer parte da rotina dos brasileiros.
A PSR Consultoria projeta que o risco de restrições no abastecimento elétrico no país já ultrapassa os 50%. Ou seja, se não bastasse a torneira seca, uma multidão de brasileiros vai precisar aprender a conviver com a falta de eletricidade na tomada.
“O problema que a gente tem hoje não é causado pela péssima hidrologia e, sim, por um estresse estrutural do sistema”, afirma Luiz Augusto Barroso, diretor-técnico da consultoria PSR e pesquisador associado do Instituto de Investigación Tecnológica da Universidad Pontificia Comillas (Espanha).
O governo, por enquanto, descarta  o risco de novos apagões e planeja lançar um programa de eficiência energética em até 3 meses – quando termina o período de chuvas. Segundo especialistas, o volume pluviométrico vai definir o risco de racionamento. Por enquanto, o cenário é desalentador. Veja as evidências disso:  
1 – Os níveis dos reservatórios estão em seu pior nível desde o ano 2000
Em 2001, o Brasil viveu o pior racionamento de energia de sua história. Foram nove meses de restrições no abastecimento que renderam uma economia de 20% da energia consumida. Naquela época, falhas no sistema de transmissão e o baixo nível dos reservatórios conduziram o país para uma medida tão drástica. 
Catorze anos depois, os reservatórios do sistema elétrico nacional estão operando com cerca de 30% de sua capacidade. Ou seja: praticamente a metade do nível registrado cinco meses antes do racionamento de energia. Em janeiro de 2001, os níveis dos reservatórios das elétricas estavam com um volume de 60% do total.
“Desde 2011, os reservatórios não conseguem recuperar o nível do ano anterior. É um claro indicativo de que a nossa capacidade de geração hídrica não está acompanhando nosso consumo”, afirma Jenner Ferreira, especialista em políticas de energia do IBECON (Instituto Brasileiro de Economia e Finanças). 
No ano passado, os reservatórios das hidrelétricas nacionais registraram os piores níveis dos últimos 14 anos em quatro meses – segundo levantamento da instituto. E ao que tudo indica teremos o pior janeiro desde o ano 2000. Veja o gráfico abaixo:
EXAME.com/Ibecom

Evolução do nível dos reservatórios das hidrelétricas (2000-2015)

Pelo menos duas hidrelétricas já estão em situação crítica. Ontem, a Usina de Três Marias, na cabeceira do Rio São Francisco, estava operando com 10,34% da capacidade total de seu reservatório. Das seis turbinas, apenas uma estava em operação.