Stent bioabsorvível passa a ser usado em cirurgia cardíaca
Começaram a ser feitas no Brasil as primeiras cirurgias cardíacas com stents que podem ser absorvidos pelo corpo do paciente. O stent é um pequeno tubo, geralmente metálico, que é introduzido por meio da angioplastia em pessoas com obstrução nas artérias. Uma vez implantada nos vasos entupidos, a prótese ‘empurra’ as placas de gordura, desobstruindo os vasos, normalizando o fluxo sanguíneo e diminuindo o risco de doenças como o ataque cardíaco.
No mês passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a comercialização do suporte cardiovascular bioabsorvível, que é feito de um tipo de polímero, espécie de plástico especial. Seis meses após ser implantado, o stent começa a ser absorvido pelo organismo e, entre dois e três anos, desaparece completamente (de seis a nove meses depois da cirurgia, os vasos não precisam mais de ajuda para se manterem abertos).
As próteses mais utilizadas atualmente são os stents farmacológicos metálicos, que são feitos de aço inoxidável e cuja superfície contém medicamentos anticicatrizantes. Como eles não são absorvidos, ficam expostos na corrente sanguínea e elevam o risco de coágulos, de reentupimento das veias e, consequentemente, da necessidade de substituição da prótese.
Além disso, o stent bioabsorvível permite que o vaso sanguíneo volte ao seu estado natural, sem a interferência de um corpo estranho, de acordo com Alexandre Abizaid, diretor do Serviço de Cardiologia Invasiva do Instituto Dante Pazzanese e cardiologista intervencionista do Hospital Israelita Albert Einstein. Abizaid foi um dos especialistas responsáveis pelos estudos do stent bioabsorvível no Brasil.
A nova prótese ainda não está disponível na rede pública, mas já é coberta por alguns planos de saúde. O primeiro produto do tipo a ser aprovado para venda no país é produzido pela farmacêutica Abbott, que desenvolveu o stent em 2011.
(Veja)