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Nós e o Uruguai

A vitória presidencial de Tabaré Vasquez no Uruguai consolida o crescimento da oportuna  e histórica coalizão de forças de esquerda no país vizinho. O oncologista de 74 anos, o primeiro a quebrar a hegemonia centenária da centro-direita em 2005, com a Frente Ampla, volta ao poder da nação, que se transforma gradualmente em vitrine progressista para todos nós, brasileiros, e mundo.
Os 3,4 milhões de uruguaios, hoje liderados pelo incansável e carismático José Pepe Mujica, dá mostras de que o ciclo de um governo à esquerda foi extremamente frutífero na consolidação  da democracia e das bases constitucionais daquele país. Isso se revelou na aprovação de leis como a descriminalização do aborto, a legalização da maconha, o matrimônio igualitário e a adoção de crianças por casais homoafetivos. Um avanço considerável de ajustes sociais modernos, sem amarras conservadoras. Um exemplo de laicidade do Estado.
São conquistas como estas que instigam o Brasil, nação de limites geográficos extraordinários e com população 80 vezes maior. Nos permitem vislumbrar outras políticas sociais efetivas, além das iniciadas aqui por Lula e Dilma, com solidez.
O povo uruguaio, ao eleger novamente um governo de esquerda com maioria popular, deixa claro seu apoio a este projeto. Após tantos anos de gestões à direita, tal como aqui, com déficit econômico e medidas neoliberais radicais, como o corte de emprego, a mensagem expressa no resultado das urnas é de que a sociedade não admite retrocessos. No Brasil, vivemos recentemente esta disputa de projetos e também saiu vitorioso o mais avançado.
A maioria de nosso país rejeitou o projeto tucano, preferindo deixar no passado o arrocho e o fomento às desigualdades sociais. A reeleição de Dilma livrou o Brasil de um grupo ligado apenas aos interesses do capital financeiro. Ao contrário do que o ex-presidenciável tucano Aécio Neves disse recentemente, o povo brasileiro, na verdade, não elegeu uma organização criminosa, mas sim o projeto mais avançado.
Essa onda progressista da América Latina também levou-nos a vários governos avançados. Ela trouxe Bachelet de volta ao poder, quebrou governos neoliberais na Argentina e no Peru;, conseguiu avançar na Venezuela e avançou na Bolívia, com a reeleição de Evo Morales, o índio latino-americano que ninguém achava que iria se reeleger. Da mesma forma, ninguém achava que Mujica faria um sucessor pelas polêmicas estabelecidas, masque tiveram resultado no Uruguai.
A vitória de Dilma Rousseff no Brasil, como foi a de Lula, contribui e muito para que esse avanço da América Latina possa persistir, indo contra a quebra da integração latino-americana, contra a quebra da UNASUL e pela persistência do BRICS. Esse avanço regionalizado e de bloco vai contra a visão de bloco de setores imperialistas e que tentam dominar econômica e culturalmente o nosso País e as economias da América Latina, em especial da América do Sul.
(Jornal do Brasil)

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