Carência de postos de coleta para remédios ameaça a saúde
A carência de postos de descarte de medicamentos em Salvador e em todo o estado representa uma ameaça ao meio ambiente e à saúde pública. Na capital, há apenas 27 pontos de coleta em farmácias que integram um programa nacional de “descarte consciente”, 53 a menos que o necessário, segundo estimativa do Grupo para o Descarte de Medicamentos da Bahia do Conselho Regional de Farmácia (CRF-BA).
Em todo o estado, há apenas 37 das 400 necessárias, ou seja, somente 9,25% do ideal. Os números estão aquém do necessário para fazer uma cobertura da população, que permita que moradores de diferentes bairros possam ter acesso facilitado para o descarte de medicamentos vencidos ou de sobras.
O problema é que ao jogar medicamentos no lixo comum ou no esgoto, como parte da população costuma fazer, há riscos de contaminação do solo, animais e córregos de rios.
Há perigo também de pessoas terem acesso ao lixo comum ou lixões e utilizarem indevidamente os medicamentos descartados. O dado mais recente sobre descarte que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem é de 2011. Segundo informações do órgão, entre 10 mil e 28 mil toneladas de medicamentos são jogados fora pelos consumidores a cada ano.
Deficiência
O ideal, somente na capital, era ter pelo menos 80 postos de coleta. “Não é um a conta simples (chegar a esses números). Caso toda a população decidisse descartar, a estrutura que há hoje não seria suficiente”, afirma a integrante da comissão de estudos para medicamentos do CRF-BA e coordenadora do Programa Descarte Consciente na Bahia, Edenia Araújo.
O programa é gerido pela empresa Brasil Health Service (BHS) e está presente em 11 estados mais o Distrito Federal. “É um problema ambiental e de saúde pública e a população desconhece o assunto”, destaca o presidente da BHS, José Agostini Roxo.
Desde que foram criados, em 2013, os pontos já conseguiram coletar uma tonelada de medicamentos na Bahia. “O número de postos é insuficiente. Não é preciso ter em todas as farmácias, e sim em pontos estratégicos que atenda ao maior número de pessoas possível”, acrescenta Edenia.
(A Tarde)