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Campanha estimula diagnóstico de hepatite C

A partir desta segunda-feira (28), Dia Mundial de Alerta para as Hepatites, terá início a campanha 45+ de incentivo ao diagnóstico da hepatite C. A campanha é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Hepatologia, a Sociedade Brasileira de Infectologia e da Associação Médica Brasileira (AMB) para alertar a população, em especial o que já tem mais de 45 anos, sobre a necessidade da realização de um teste específico que identifica a hepatite C, uma doença silenciosa que pode demorar mais de 30 anos para se manifestar.
Além de alertar a população em geral, a campanha 45+ visa também lembrar a comunidade médica, de todas as especialidades, sobre a importância da prescrição do teste específico que detecta o vírus da hepatite C – um teste de sangue simples, de baixo custo e que pode ser realizado em unidades públicas de saúde gratuitamente.
De acordo com o hepatologista Edison Parise, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), idealizador e um dos coordenadores da campanha, a hepatite C é uma doença de desenvolvimento lento e gradual, portanto pessoas que têm a partir de 45 anos podem estar infectadas e não saberem.  “É importante que se tratem, pois a hepatite C tem cura. Mas se não tratada, pode levar a doença hepática avançada e a um câncer de fígado de mais difícil tratamento”, alerta.
É estimado que 2,5 milhões de brasileiros tenham hepatite C. De acordo com o hepatologista, o problema do Brasil é que grande parte da população não sabe que tem a hepatite C. “Quanto mais velha essa população vai ficando, mais difícil vai se tornando o tratamento. Por isso o lançamento da campanha chama a atenção para o paciente com 45 anos ou mais: é nessa faixa de idade em que estão 70% dos pacientes”, conta.
Parise explica que a maioria das pessoas com a hepatite C foi infectada em uma época em que transfusão de sangue era feita com materiais não descartáveis, além da administração dos mais jovens de hepatoprotetores na veia. “Você começou a ter triagem nos bancos de sangue, que era uma forma de contágio relevante, representando mais de 50% dos casos. Não existe mais isso de seringas reutilizáveis também. A preocupação hoje em dia está no grupo de pessoas que fazem uso de drogas injetáveis, se expondo a mais riscos”, explica.
A Hepatite C é a causa de 25% dos casos de câncer de fígado que, por sua vez, têm 33% de probabilidade de morte no primeiro ano depois de iniciado o processo de câncer. Além disso, Parise lembra que a hepatite C causa outros problemas. “É uma doença sistêmica, não acomete somente o fígado. Ela pode desencadear lesões nos rins, no pâncreas. Entre pacientes com mais de 40 anos que tem hepatite C, a taxa de diabetes é quatro vezes maior se comparada com pessoas da mesma idade que não tem a hepatite C. Aumenta também o risco cardiovascular”, cita.
Na divulgação da campanha está programada a distribuição para médicos e para pacientes de material educativo em hospitais e centros médicos, palestras itinerantes dirigidas a profissionais de saúde e divulgação para o grande público via vídeos.
(Jornal do Brasil)

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