Sem política correta, inflação fica sempre no teto
E assim nos aproximamos um pouco mais do teto da meta: 6,41%. As boas notícias estão em alimentos e bebidas que sobem bem menos: subiram 1,84% em abril, 0,88% em maio e 0,21% em junho.
Mas isso é sazonal. O nosso problema inflacionário é que entra sazonalidade, sai sazonalidade, a inflação fica sempre perto do teto da meta, entre 6% a 6,5% quando não está mais do que isso.
Nesse dado parcial de junho, o que se vê é que Fortaleza, Belém, Recife, Rio de janeiro, Porto Alegre, Curitiba estão com taxas em 12 meses acima do teto da meta. O caso do Rio é o mais grave, porque já está com 7,29%.
Em São Paulo um dos fatores que ajudou a taxa foi a redução da tarifa de água, porque o governo paulista reduziu o preço para quem consome menos, mas não fez a outra parte que era necessária que é aumentar para quem gasta mais. São Paulo está assim na situação de não usar o sistema de preços para enfrentar a pior crise de abastecimento de água vivida pela cidade. Isso por ser um ano eleitoral. Da mesma forma que o governo federal controla preços e tarifas para evitar que a inflação geral fique acima de 6,5%.
Em outras palavras: a política anti-inflacionária está toda errada. E não há indicação de que a curto prazo a inflação chegará ao centro da meta. O México, por exemplo, com quem empatamos no futebol, está com um desempenho bem melhor no campo inflacionário. Está com 3,6% ao ano.
Por Míriam Leitão