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Pesquisa aborda relação entre câncer de mama e carne vermelha

Um estudo liderado pela Escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, estabeleceu uma relação entre o alto consumo de carne vermelha na vida adulta e o aumento do risco de aparecimento de câncer de mama. Os pesquisadores envolvidos no estudo recomendaram a substituição da carne vermelha por uma combinação de feijões, ervilhas, lentilhas, nozes, peixes e aves que, segundo eles, poderia diminuir o risco de aparecimento da doença em mulheres mais jovens.
Os recentes dados são provenientes de um estudo acompanhou a saúde cerca de 90 mil mulheres com idades entre 24 e 43 anos. A equipe do projeto acompanhou a dieta de aproximadamente três mil mulheres que tiveram câncer de mama. Apesar de os próprios médicos da pesquisa terem descrito o aumento do risco como pequeno, o estudo concluiu que a ingestão elevada de carne vermelha pode ser um fator de risco para o surgimento do câncer de mama.
A nutricionista Maria Eduarda Melo, da Unidade Técnica de Alimentação, Nutrição e Câncer, do Instituto Nacional de Câncer (Inca) explica que uma alimentação saudável e variada pode diminuir os riscos e proteger contra o câncer. “O que a gente recomenda é ter uma alimentação com predominância de alimentos de origem vegetal, como frutas, legumes e verduras. Esses alimentos possuem nutrientes que são protetores para o nosso organismo, diminuindo o risco de câncer”, diz.
Sobre a pesquisa, a nutricionista explica que, diferente da carne vermelha, vegetais são alimentos de baixa densidade energética, ou seja, fornecem poucas calorias. De acordo com a especialista, a obesidade é um dos principais fatores de risco para vários cânceres, como o de mama e o de endométrio. Evidências recentes teriam ainda mostrado que o sobrepeso está relacionado com o câncer de ovário também.
Nesse ponto da questão calórica dos alimentos, a nutricionista explica que as carnes vermelhas têm um alto teor de gordura e isso contribui para a questão do ganho de peso. Portando, esse seria um dos mecanismos usados para associar a carne vermelha com o surgimento de câncer.
Segundo a especialista, a forma como a carne é preparada também é relevante. “Quando você submete essa carne a temperaturas muito elevadas, ao fritar, por exemplo, você forma compostos que são cancerígenos, como aminas heterocíclicas e hidrocarbonetos aromáticos”, conta.
Maria Eduarda Melo diz ainda que uma pessoa que consuma muitas bebidas açucaradas, como refrigerantes, além de alimentos prontos e carnes processadas como salame, bacon e presunto deve tomar algum cuidado. “Geralmente esses produtos contêm um alto teor de gordura, aumentando o risco do desenvolvimento de câncer. Além de que são alimentos que podem levar uma grande quantidade de sal, para além dos conservantes, e existem evidências que associam esse consumo alto de sal com câncer de estômago”, explica.
(Jornal do Brasil)

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