‘Patético’, diz Aécio sobre anúncio de Dilma para IR e Bolsa Família
O senador Aécio Neves (PSDB) criticou nesta quinta-feira (1º), ao chegar ao evento de 1º de Maio da Força Sindical, em São Paulo, o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff no qual ela anunciou correção da tabela do imposto de renda e reajuste em benefícios do programa Bolsa Família.
O pré-candidato tucano à Presidência classificou a fala da presidente como um “momento patético” e disse que Dilma aproveitou o espaço em rede nacional de rádio e televisão para fazer “proselitismo político”.
“A presidente da Republica protagonizou ontem um momento patético da vida publica brasileira”, disse. “Ela utilizou um instrumento do estado, que é a cadeia de rádio e televisão para fazer proselitismo político, para atacar adversários. As medidas que ela anuncia vêm na direção daquilo que nós propomos há muito tempo”, complementou.
Aécio Neves destacou medidas propostas pelo PSDB e pelo partido Solidariedade (SDD), em contraposição ao que é executado pelo governo federal.
“O PSDB e o Solidariedade protocolaram no inicio desta semana uma proposta que garante o reajuste real do salário mínimo. No momento em que ela fala do reajuste da tabela do imposto de renda, uma outra demanda nossa, nós temos uma proposta transitando na Câmara dos Deputados. Ela omite os números”, disse.
“A presidente infelizmente mente aos brasileiros no momento em que diz que o reajuste de 10% do bolsa família atende aquele patamar mínimo estabelecido pela ONU, de US$ 1,25 dólares, uma renda mínima para ficar acima da linha da pobreza”, declarou. Com o reajuste anunciado por Dilma, os beneficiários do Bolsa Família que ganham o piso do programa terão o valor reajustado de R$ 70 para R$ 77.
Para o tucano, a correção em 4,5% da tabela do imposto de renda é insuficiente porque é inferior à taxa de inflação anual (5,9% no ano passado) e o reajuste do Bolsa Família não atende às recomendações da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o combate à pobreza extram.
Ao discursar, o senador criticou a ausência de Dilma no evento. Ele foi apresentado ao público pelo deputado Paulinho da Força (SDD), presidente licenciado da central sindical, que afirmou ter convidado todos os pré-candidatos à Presidência da República. “Quem tem coragem vem aqui, quem não tem manda representante”, disse Paulinho da Força.
Para Aécio Neves, embora tenha afirmado o compromisso com os trabalhadores, a presidente não demonstra isso na prática.
“Infelizmente, a presidente fala em dialogar com os trabalhadores e não a vejo, não tenho noticia dela em qualquer evento dos trabalhadores. Acho sim que é uma presidente que está acuada pelas pressões internas e infelizmente pelos atos do seu governo que levaram ao recrudecimento da inflação, isso sim perverso para a classe trabalhadora”, disse.
O senador mineiro também aproveitou o discurso para criticar Dilma pelas denúncias envolvendo a Petrobras.
“Na verdade, o que nós estamos assistindo é a presidente que acha que a crise da Petrobras é responsabilidade da oposição e não daqueles que a transformaram em um grande balcão de negócios suspeitos”, afirmou no palco do evento.
Ministro reage a Aécio
Os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e do Trabalho, Manoel Dias também participaram do ato da Força Sindical.
Ministro reage a Aécio
Os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e do Trabalho, Manoel Dias também participaram do ato da Força Sindical.
Carvalho contestou as declarações de Aécio Neves, e disse que a presidente Dilma Rousseff “assegurou o reajuste permanente do imposto de renda”. Para ele, o PSDB quer voltar ao poder “através de Aécio” e isso significará, afirmou, o “desprezo ao trabalhador”.
Em seu discurso, o ministro do Trabalho Manoel Dias disse que não há indícios de aumento nas taxas de desemprego no país, mas admitiu casos pontuais.
“Eu acho que a gente vive o melhor momento do emprego no Brasil”, afirmou. “Não há sinais de que vamos desacelerar. Há uma previsão de a gente gerar este ano 1,5 milhão de vagas. O desafio agora é qualificação profissional”, declarou.
(G1)