Oposição e base dificultam, mas Zezéu é indicado para o TCE
Numa segunda votação, a bancada governista na Assembleia Legislativa conseguiu reverter a derrota do governador Jaques Wagner (PT) na tentativa de emplacar o deputado federal Zezéu Ribeiro (PT) como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.
Com 35 votos, contra 23 contrários e dois nulos, Zezéu teve, enfim, seu nome aprovado para vaga. No entanto, a sessão de quarta-feira, 29, mostrou toda a fragilidade do apoio à Wagner pela sua bancada. O resultado favorável só foi obtido depois de uma reunião de aliados na sala do presidente da Assembleia, Marcelo Nilo, após a primeira derrota, quando o deputado Carlos Gaban (DEM), indicado pela oposição, obteve 28 votos contra 27 de Ribeiro.
Três votos em branco e um nulo reforçaram a derrota do governador. Uma outra votação foi necessária porque nenhum dos dois candidatos havia obtido os 32 votos necessários à aprovação do nome como conselheiro do TCE, cargo para toda a vida, com salário base atual de R$ 26 mil.
Voto fotografado
Na primeira votação, a base de sustentação do governo foi responsável pela derrota do Executivo, já que a expectativa da oposição era obter no máximo 18 votos.
Antes da segunda votação, Carlos Gaban subiu à tribuna para falar da sua disposição em renunciar à candidatura em favor de qualquer outro deputado estadual: “O que não podemos é abrir mão da prerrogativa de indicar um candidato da casa”.
O deputado Elmar Nascimento (DEM), em pronunciamento, denunciou ter recebido informações de exigências feitas a deputados da base, que deveriam fotografar o voto e mostrar ao presidente Marcelo Nilo (PDT).
Por conta disso, a bancada governista exigiu que fosse proibido levar o telefone celular à urna de votação. nenhuma das duas propostas foram aceitas pelas lideranças da base.
A indicação de Zezéu provocou a reação da oposição devido ao argumento que a vaga pertence à Assembleia. Zezéu é deputado federal e nunca ocupou cadeira no legislativo baiano. O discurso da oposição, que levou os deputados a reivindicarem a vaga do Legislativo, contudo, não foi considerado determinante para o resultado da primeira rodada, nem pelo líder do governo, Zé Neto (PT).
“Temos que avaliar isso com calma”, disse Neto. Mas para o deputado Elmar Nascimento (DEM) o resultado da votação é o reflexo de fim de governo: “O governo não tem mais maioria aqui”. Nascimento ressaltou o esforço do Wagner de emplacar Zezéu como conselheiro com o apoio da sua bancada. “Na verdade, essa foi a única disputa aqui hoje. O governador perdeu”, disse Elmar, ao ressaltar que não foram questionadas pela oposição a indicação de João Bonfim (PDT) para o tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e de Mário Negromonte (PP), para a vaga do TCE. Com a presença de 62 deputados, a Assembleia Legislativa aprovou os nomes de Bonfim com 52 votos e Negromonte com 47 votos.