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Onde investir para apostar em Dilma, Aécio ou Campos

Quem você acha que vai ganhar as Eleições 2014? Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) ou Eduardo Campos (PSB)? Cada um dos três principais presidenciáveis pode afetar muito seus investimentos e de maneiras diferentes. Suas estratégias estão preparadas?
Seja quem for o vencedor, a hora de ganhar dinheiro com esses movimentos é agora. “Não adianta tomar uma atitude 15 dias antes das eleições porque o mercado já estará precificado até lá”, explica Flavio Ramalho Conde, analista-chefe da Gradual Investimentos. A precificação ocorre quando expectativas sobre o futuro são incorporadas aos preços dos ativos no presente.
Conde lembra que em março a Bolsa estava girando em torno dos 45 mil pontos porque era quase certo que Dilma ganharia as eleições, mas a partir do dia em que ela passou a ter uma chance menor, o mercado precificou essa expectativa.
“Quem apostou no Aécio no começo de março já ganhou um ‘dinheirão’. A Petrobras subiu 30% e o Ibovespa cerca de 12% ou 13%”, comenta.
Vale ressaltar, no entanto, que mesmo havendo espaço para ganhos, com as eleições se aproximando o mercado deve ficar bastante volátil. Portanto, girar a carteira nesse momento em busca de retornos não é indicado para os investidores conservadores.
Veja a seguir as recomendações da Gradual sobre os investimentos que podem se beneficiar com cada um dos pré-candidatos. As sugestões referem-se principalmente à renda variável.
Dilma Rousseff (PT)
Tal como diversos outros analistas, Flavio Conde acredita que se Dilma for reeleita a Bolsatem grandes chances de cair ainda mais. “Claramente o mercado gostaria que a política econômica estivesse mudando”, afirma.
Segundo ele, se for mantida a mesma equipe econômica, se não forem reajustados os preços dos combustíveis, e se a política de juros e a política fiscal permanecerem na mesma linha, o pessimismo voltaria ainda mais forte, e as ações tenderiam a cair.
Seguindo essa lógica, ele recomenda o investimento em contratos do mercado futuro de Bolsa, para que o investidor fique vendido em Ibovespa. Nesse tipo de operação, o investidor negocia contratos que preveem uma pontuação futura para o Ibovespa, que é o principal índice de referência da Bolsa.
O contrato de Ibovespa, especficiamente, faz uma aposta na alta ou na baixa da Bolsa no futuro, e o investidor pode ganhar ou perder se o Ibovespa se aproximar, superar ou se distanciar do nível em que ele apostou. 
Justamente por causa da expectativa de queda da Bolsa com a eleição de Dilma, o analista da Gradual não recomenda a compra de ações específicas.
Para Conde, a eleição de Dilma poderia também elevar o risco-Brasil (percepção dos mercados sobre o risco de investir no Brasil), gerando uma depreciação do real frente ao dólar. “Nesse cenário investir em aplicações que se beneficiam pela alta do dólar é uma boa”, diz.
Ele recomenda o investimento em fundos cambiais, que investem em ativos atrelados ao dólar, além de fundos multimercados multiestratégia que se favoreçam com a Bolsa em baixa e também com os juros e o dólar em alta.
Nos fundos multimercados, o gestor responsável tem a liberdade de investir em diversos tipos de ativo, tanto de renda fixa quanto de renda variável, buscando a melhor estratégia de acordo com o cenário econômico.
Conde também sugere a aplicação em fundos de renda fixa, pois acredita em um aumento da taxa básica de juros (Selic),
Com a inflação em alta, o governo deve manter a elevação da taxa Selic. Em resumo, isso ocorre porque com a Selic alta o juro dos empréstimos para as famílias e empresas fica maior, reduzindo o nível de consumo e a demanda. A redução da demanda, por sua vez, freia o aumento dos preços, que sobem quando a oferta é maior que a demanda. 
Aécio Neves (PSDB)
“O Aécio é o sonho do mercado financeiro porque ele traria o Armínio Fraga para ser Ministro da Fazenda. De todos os participantes da equipe econômica brasileira dos últimos 30 anos, ele é o mais admirado”, afirma Conde.
O analista destaca que a dupla Armínio e Aécio já anunciou que reduziria os gastos públicos, contrairia os empréstimos do BNDES para grandes empresas e subiria o preço dos combustíveis para equipará-los às cotações internacionais, o que geraria maior lucro para a Petrobras.
Provavelmente, prossegue Conde, também interviriam no setor elétrico de modo a melhorar a rentabilidade do setor e atrair mais investimentos. “Tudo isso faria com que a confiança aumentasse bastante e investidores estrangeiros e locais apostariam com mais força na Bolsa. Essas medidas mais fortes levariam o risco-Brasil a cair”, comenta.
Diante desse quadro, o analista recomenda ao investidor mais experiente ficar comprado em Bolsa, por meio dos contratos futuros de Ibovespa. Aos mais moderados, a sugestão seria investir em um fundos de ações.
Se o investidor optar por comprar papéis específicos, ele também sugere o investimento nas ações da Eletrobrás (ELET3, ELET6) e da Petrobras (PETR4). “A Eletrobrás saiu de um lucro de 6 bilhões de reais para um prejuízo de quase 6 bilhões de reais depois que Dilma mudou as regras de regulação do setor. Provavelmente Aécio mexeria nessas regras, beneficiando as ações”, diz Conde.
As medidas a que se refere Conde foram aquelas que promoveram um menor reajuste nas tarifas de energia, gerando maiores custos para as empresas do setor.(Exame)

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