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Governo controla preços para que a inflação não estoure o teto da meta

O governo pode dar a explicação que for, mas os dados mostram que alguns preços estão sendo controlados, não são livres. É normal que alguns deles sejam administrados, mas o governo achar que o que está fazendo não é uma manipulação de preços para deixar a inflação mais baixa é não perceber a realidade atual. O governo está trabalhando para que alguns fiquem mais baixos, segurando preços, para evitar que a inflação estoure o teto da meta (6,5%). Mas o problema é que isso vai produzindo distorções na economia; num determinado momento a situação terá que ser corrigida.
O temor, do eleitor principalmente, é que a correção seja feita no ano que vem, depois das eleições.
A energia elétrica, por exemplo, terá que passar por um reajuste, porque o governo fez muita confusão no setor e teve de socorrer as distribuidoras. O preço da conta de luz foi reduzido quando os custos estavam subindo, o que não poderia ter acontecido. No caso dos combustíveis, a Petrobras paga um preço mais caro pela gasolina e pelo diesel importados e vende mais barato aqui.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, diz que quando há volatilidade grande do dólar é preciso esperar a moeda americana se fixar num patamar para poder fazer a correção dos preços. Mas o dólar nunca vai ficar parado. E assim, o governo fica adiando eternamente uma correção de preços com essa desculpa. Agora, por exemplo, o dólar não está num momento de volatilidade. A alta exagerada já foi corrigida. Como está na casa dos R$ 2,20, poderia fazer um ajuste. Mas ele não fará porque não é uma boa hora política. Enquanto isso, aumentam as dificuldades de caixa da Petrobras, que está com muito compromisso de investimento.
O ministro, no ano passado, pediu aos governadores para eles não aumentarem as tarifas de transporte público. Por isso, não pode dizer que os preços são livres. Há controle de preços, sim, ele mesmo faz isso diretamente. O que está acontecendo é que uma parte dos preços no Brasil está controlada, o que tem impacto na economia, provoca distorções.
O governo impõe um preço artificial por muito tempo sem nenhum motivo a não ser para produzir um número de inflação que não supere 6,5%. Isso não é política antiinflacionária.

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