Uso inadequado de antibióticos pode criar bactérias mais resistentes
O uso inadequado de antibióticos, principalmente aqueles chamados de largo espectro – que têm ação sobre um grande número de espécies de bactérias causadoras de doenças –, pode prejudicar tratamentos futuros de doenças cujas causas necessitam de medicação específica, alertam especialistas do portal Livre da Cistite.
Esse fenômeno, conhecido como resistência bacteriana, ocorre quando o uso excessivo de agentes antimicrobianos cria um ambiente favorável às bactérias resistentes, dificultando o tratamento de infecções. Quando expostas a medicamentos não-específicos e com alta potência, algumas bactérias podem se adaptar e evoluir, tornando-se resistentes ao ataque dessa droga. Assim, ficam prontas para sobreviver à ação desse mesmo agente quando necessário.
De acordo com os especialistas, a cistite – inflamação da bexiga que atinge principalmente mulheres – é um dos exemplos de como é possível obter sucesso no tratamento da doença. Estudos apontam que as drogas específicas mostraram-se mais efetivas e com menor resistência bacteriana do que os antibióticos gerais.
Na maioria das vezes, a cistite tem como causa a ação da bactéria Escherichia coli, originária do trato intestinal, que prolifera na região do períneo e invade a bexiga. Por isso, a recomendação mais adequada seria a utilização de um antibiótico que ataque esse microorganismo diretamente. O tratamento eficaz pode evitar nova ocorrência da doença e prevenir a resistência bacteriana.
“Existem tratamentos com algumas doses diárias que podem durar até sete dias e também os de única dose. O importante é a utilização do princípio ativo indicado para agir sobre a bactéria causadora do problema”, explica Rodrigo de Castro, professor de ginecologia da Universidade Federal de São Paulo.
Segundo o especialista, eficácia e praticidade são os principais benefícios da única dose. “Algumas pacientes interrompem o tratamento à medida que os sintomas desaparecem, potencializando as chances da bactéria se fortalecer. Com a única dose o risco é inexistente”, finaliza
(Unimedvsf)