SaúdeSem categoria

Brasileiros participarão de pesquisas que visam cura de bebês infectados com vírus da aids

Cura de recém-nascidos soropositivos e novos medicamentos para as pessoas vivendo com HIV estiveram entre os principais temas debatidos numa conferência médica internacional sobre a aids, que acabou nessa quinta-feira (6), em Boston, nos Estados Unidos. Segundo reportagem do “Jornal Nacional”, os cientistas reunidos nesse encontro anunciaram que brasileiros participarão de pesquisa, com colegas americanos e sul-africanos, para investigar se é realmente possível curar bebês nascidos com o vírus HIV. E uma injeção poderá substituir os comprimidos antirretrovirais.

Na quarta-feira (5) foi anunciado que um segundo bebê nascido com o vírus da aids pode ter sido curado por ter recebido os medicamentos antirretrovirais logo após o nascimento. Trata-se de uma menina nascida em abril de 2013, em Los Angeles. Antes, há exatamente um ano, pesquisadores anunciaram o primeiro caso do tipo, no Mississippi.

O bebê de Mississippi agora tem três anos e cinco meses e parece estar livre do HIV, apesar de não ter recebido nenhum tratamento por cerca de dois anos. A criança de Los Angeles ainda toma antirretrovirais e, portanto, ainda não é possível ter certeza de que se trata de mais um caso de “cura funcional”, como os médicos descreveram no ano passado.

A perdiatra Yvone Bryson, que acompanha o caso, disse que só depois de cinco anos poderá se falar em cura do bebê. O que se sabe agora é que quanto mais cedo começar o tratamento, maior a chance de cura. Além do mais, a transmissão vertical (infecção pelo HIV durante a gravidez, parto ou amamentação) não deveria mais acontecer porque há tratamentos para impedi-la. A meta do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/Aids (Unaids) é zerá-la até 2015.
Especialistas brasileiros ouvidos pela Agência Aids em outubro, por ocasião do Dia da Criança, consideraram impossível zerar a transmissão vertical em nosso país até 2015, embora a incidência de casos venha diminuindo significamente ao longo dos anos. Uma das razões citadas por eles é a dimensão geográfica. “Temos muitos recursos disponíveis: os antirretrovirais, o consenso de normas. Mas o Brasil é muito grande, o que torna difícil, inclusive, a análise dos dados”, diz a infectologista Marinella Della Negra, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Para a médica, a gestante ter consciência da importância do teste de HIV/aids e os serviços de saúde pedirem que ela o faça são dois fatores que podem levar para mais perto da meta de 2015.

Injeção no lugar de comprimidos
Outra novidade anunciada na conferência Em vez de tomar vários remédios diariamente por toda a vida, portadores do vírus HIV poderiam tomar uma única injeção de tempos em tempos.

A possibilidade de uma terapia mais conveniente para pacientes soropositivos vem de uma pesquisa feita pela primeira vez em humanos, segundo revelou a reportagem do “Jornal Nacional”.

Usando uma técnica batizada de “edição genética”, cientistas americanos retiraram células do sistema imunológico de 12 pacientes. Em laboratório, modificaram o DNA para tornar as células mais resistentes ao HIV. E injetaram o material de volta no organismo.

Metade dos pacientes deixou de tomar os medicamentos tradicionais por um tempo. Mesmo assim, na maioria, os níveis de HIV caíram e ficaram baixos por vários anos.

Os pesquisadores esclareceram que não se trata de cura. Mas de uma forma de melhorar a resistência e a saúde dos pacientes.
(Agência Aids)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *