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PP e PT o casamento não vai bem

Se casamentos existem na política, o par formado entre PP e PT não vai muito bem. Cotados para assumirem a vaga de vice da chapa governista, esta que só deverá ser anunciada após o Carnaval, os pepistas estão descontentes com o tratamento recebido aos seus correligionários e caciques pela base do governo, liderada pelos petistas.
O fato foi evidenciado pelo deputado João Leão, que morde e assopra. Em conversa com a equipe da TB, o parlamentar comparou política a um casamento. “Temos momentos de felicidades e de tristezas e de brigas, mas num casório, se o tratamento dado de um para outro não é bom, a crise se agrava”, disse o mandatário do PP no estado.
Ele culpa a imprensa como pivô da “crise existencial”, como nomeou o atual momento. “Vocês [imprensa] ficam especulando coisas que não existem. É um dos motivos. Mas estamos com o PT, somos da base do governo”, reafirmou.  
O discurso do deputado Mário Negromonte (PP), provável candidato a vice na chapa de Rui Costa (PT), se assemelhou ao de Leão.
A comparação feita foi a de uma relação familiar, entre PP e o governo, que, segundo o parlamentar, tem seus momentos de brigas, mas acha ser algo comum. “Nós só queremos resolver algumas posições e pendências. Temos uma aliança e é normal acontecer alguns altos e baixos”.
Ambos foram unânimes na reclamação do tratamento que recebem da base.
“Nós somos da aliança governista, se somos bem tratados, se a confiança é recíproca, tudo permanece bem”, disse Negromonte.
Por conta da crise, cresceram as especulações de um possível rompimento do PP com o governo e surgiram hipóteses de que o PMDB já estaria sondando os líderes pepistas. Negromonte haveria se encontrado com Geddel (PMDB) e Leão com o deputado federal Lúcio Viera Lima (PMDB). Questionados, os caciques do PP não negaram os encontros e Lúcio não escondeu a sua torcida por um rompimento.
 “Eu encontrei Lúcio no aeroporto com mais oito deputados. Tiramos uma foto na brincadeira, mas não discutimos acordos”, comentou Leão. Já Negromonte disse que o ocorrido foi um encontro casual, que também aconteceu em um aeroporto, mas nada sobre futuras alianças foi discutido. Fato também confirmado por Lúcio.
O peemedebista informou que não é do feitio do PMDB tirar apoio de outros partidos, principalmente quando estes ainda estão com negociações com suas bases e mostrou como exemplo o que ocorre com o PP, que ainda briga com o PDT pela vaga de vice na chapa petista. Contudo, o irmão de Geddel não escondeu a torcida por um rompimento entre as duas siglas. “A gente não pode deixar de torcer pelo racha. O PP é um partido forte, importante. Quanto mais gente agregar, melhor para o trabalho da oposição. Vamos esperar o tempo de cada um”, disse.
O líder do PMDB na Assembleia Legislativa, Luciano Simões (PMDB), reforçou a torcida e demonstrou ser um daqueles que entraram no bloco que quer o apoio dos progressistas para ajudar a compor uma chapa para concorrer às eleições futuras. “Em 85% dos estados, o PP já apoia a chapa da oposição à Presidência da República e a Bahia é um dos poucos estados em que o partido apoia o PT. Se definirem, serão muito bem-vindos pelo nosso grupo”, argumentou.(Tribuna)

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