Carros “verdes” podem ficar mais acessíveis
Para abastecer, basta ligar na tomada. Os elétricos já provaram que vieram para ficar, mas será que ficam no Brasil também? Em São Paulo e no Rio de Janeiro, alguns taxistas já se beneficiam dos possantes que, além de emitirem menos poluentes, trazem economia mensal de até 80% com abastecimento. Um sonho diante dos preços nos postos por aí, não é?
Mas, o grande entrave ainda é o preço. O valor do Nissan Leaf, por exemplo, passa de R$ 200 mil, porém a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) aguarda uma resposta do governo sobre propostas que sugerem isenção do IPI (Imposto para Produtos Industrializados) e a redução do imposto de importação para estes modelos “verdes”. Ou seja, ainda este ano o preço do Nissan Leaf pode cair para cerca de R$ 90 mil, um bom começo.
“Como um seguidor do mercado automotivo desde criança, acompanho a evolução dos carros elétricos e percebo que é inevitável que o futuro seja dominado por eles. Creio que para convencer o brasileiro a cogitar a compra de um elétrico, em primeiro lugar é necessário incentivo fiscal”, afirma o estudante Vinícius Lombardi, de 18 anos, que acaba de ganhar o seu primeiro carro.
A recarga completa de um automóvel elétrico dura oito horas, em média, mas a maioria deles possuem sistemas que, quando acoplados à tomada, conseguem repor 70% da carga em até meia hora ou menos. Com o “tanque cheio”, os elétricos percorrem tranquilamente os trajetos urbanos diários médios de uma pessoa, já que a autonomia deles varia de 250 a 550 km.
Quanto à manutenção, vale reforçar que as baterias de íon-lítio, que são semelhantes às de celulares, duram cerca de sete anos e sua troca é muito cara. “O custo mais alto de manutenção também seria um empecilho, mas creio que com a venda em larga escala o custo de manutenção tende a cair, viabilizando ficar com o veículo por um longo período. Além do mais, a economia gigantesca de gastos com combustível já compensaria o gasto extra com a caríssima troca de baterias após sete anos de uso”, diz Vinícius.
E todos precisam se adaptar, inclusive as cidades e estradas, que para alcançar esta realidade devem contar com a instalação de postos de recarga eficientes. “Se eu possuísse dinheiro para comprar o carro nessas condições, ele seria minha primeira opção. Os pontos fortes dos elétricos se destacam logo de cara: torque mais forte nas arrancadas, emissão zero direta de poluentes, redução drástica no gasto de combustível… E eu já estaria atualizado para o futuro, que pertencerá a esses carros. Porém, esperaria a cidade de São Paulo ter a devida infraestrutura para carros elétricos montada”, explica ele.
Ainda existem barreiras. Afinal, o uso do etanol como combustível verde no Brasil pode afastar as tão esperadas tomadas daqui. O país deixaria de lucrar muito com a produção e venda do derivado da cana caso os seus veículos flex fossem gradualmente substituídos pelos elétricos.
Será que o governo vai se plugar ao futuro e colaborar com os incentivos? É esperar para ver.
(Universo Jatobá)