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ONG critica superpopulação em presídios e abuso policial no Brasil

A superpopulação nos presídios está entre as principais críticas da maior organização de direitos humanos do mundo ao Brasil. A Human Rights Watch disse que o país enfrenta sérios problemas para conter a violência. Outro motivo apontado é o abuso policial nas ruas.
Para a ONG, há muito tempo que o país não enfrentava desafios tão sérios para conter a violência e proteger os direitos civis. O relatório diz que quase duas mil pessoas foram mortas em confrontos com policiais no país. Em muitos casos houve abuso e nenhuma punição.
Na noite do dia 12 de janeiro, 12 pessoas foram executadas em Campinas, no interior de São Paulo. Os suspeitos são policiais militares. Na terça (21), 31 PMs foram ouvidos pela corregedoria na capital paulista. Os assassinatos seriam uma retaliação à morte de um PM durante um assalto horas antes das chacinas.
“Se chegarmos a identificação, e tenho certeza que chegaremos, precisamos comprovar obviamente quem foram os autores e a motivação de tudo isso”, afirmou Maurício Blazeck, delegado-geral da Polícia Civil.
A mais importante ONG de direitos humanos divulgou um relatório que destacou a violência policial. Segundo a ONG, em 2012, 1.890 pessoas morreram no país em confronto com policiais em serviço. E a punição ainda é precária.
“Enquanto os agentes tiverem a noção, o conhecimento de que nunca serão responsabilizados de fato, todas essas violações, execuções, mortes, tortura, permanecerão”, afirma
Para o ouvidor da polícia no estado de São Paulo, há falhas na formação dos policias. “Tem muito quadro da polícia que falta formação. Por isso eu acredito que o concurso público tinha que ser com maior exigência para formação do policial”, diz.
O relatório também denuncia a superpopulação carcerária. Afirma que o Brasil tem mais de meio milhão de presos e que essa quantidade é 43% maior que a capacidade prisional.
A ONG alerta que quase 200 mil pessoas estão presas sem sequer terem sido julgadas e que a população carcerária no Brasil cresceu quase 30% nos últimos cinco anos.
Na terça, na central de custódia da Penitenciária de Pedrinhas no Maranhão, um preso de 22 anos que dividia a cela com outros sete detentos foi encontrado morto. O assassinato pode ter sido uma retaliação pela transferências de nove presos para um presídio federal de segurança máxima.
Outro problema nas prisões e nas delegacias que foi apontado pelo relatório é a prática da tortura. “Sabemos que é recorrente no Brasil, em todos os estados da federação, a tortura como principal forma de obtenção da confissão, que é a principal prova que a polícia utiliza para elucidar crimes”, diz.
A diretora do Human Rights Watch considera que houve uso excessivo da força por parte da polícia na repressão às manifestações que aconteceram em junho do ano passado em todo o país.
(G1)

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