Ministério e Petrobras negam acordo para alta de combustíveis
O Ministério de Minas e Energia negou no fim da tarde desta quarta-feira (15) que o governo e a Petrobras estejam estimando para junho um novo aumento da gasolina e do diesel. Em comunicado, o ministério disse que o tema não foi tratado pelo governo e “é privativo da Petrobras”. Em nota, a empresa disse que “não existe decisão para o aumento dos preços de gasolina e diesel”.
Segundo a reportagem, o calendário de reajuste, que não foi divulgado pela estatal, faz parte dos pontos do mecanismo aprovado em dezembro pelo conselho de administração da empresa, que é presidido pelo Ministério da Fazenda. Esse mecanismo não foi detalhado pela estatal.A notícia da possibilidade de uma nova alta nos combustíveis foi publicada no site do jornal “Folha de S.Paulo” nesta tarde.
Com o rumor de aumento, as ações da Petrobras fecharam em alta de mais de 2% na Bovespa. A nota do Ministério de Minas e Energia, divulgada após o fechamento do pregão, diz ainda que o órgão pedirá que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investigue o episódio, “em virtude do efeito da nota nos preços das ações da Petrobras”.
Nova política de reajuste não foi divulgada
A última alta no preço dos combustíveis foi anunciada pela Petrobras em novembro passado. Os preços da gasolina e do diesel foram reajustados nas refinarias em 4% e 8%, respectivamente.
A última alta no preço dos combustíveis foi anunciada pela Petrobras em novembro passado. Os preços da gasolina e do diesel foram reajustados nas refinarias em 4% e 8%, respectivamente.
Na ocasião, a estatal informou que aprovou uma nova política de preços a ser implementada pela empresa. Mas não divulgou os parâmetros da nova metodologia de reajuste, ao contrário do que esperava o mercado. A Petrobras informou à época que o objetivo é “alcançar, em prazo compatível, a convergência dos preços no Brasil com as referências internacionais”.
“Por razões comerciais, os parâmetros da metodologia de precificação serão estritamente internos à Companhia. Caberá ao Conselho de Administração avaliar a eficácia da política de preços da Petrobras por meio da evolução dos indicadores de endividamento e alavancagem da Companhia”, disse a Petrobras, sem dar muitas pistas sobre os critérios para os próximos reajustes.
Gasolina e inflação
Dados do IBGE mostram que a gasolina foi uma das vilãs da inflação em 2013. O combustível saiu de uma queda de 0,41%, em 2012, para uma variação de 6,53% no ano passado, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Dados do IBGE mostram que a gasolina foi uma das vilãs da inflação em 2013. O combustível saiu de uma queda de 0,41%, em 2012, para uma variação de 6,53% no ano passado, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A inflação oficial do país fechou 2013 com alta de 5,91%, acima do esperado e da taxa de 5,84% do ano anterior, frustrando o objetivo final do governo. Apesar da aceleração, o índice ainda ficou dentro do teto da meta de inflação do Banco Central, de 6,5%.
Devido ao impacto na inflação, os preços dos combustíveis são, na prática, controlados pelo governo. Segundo reportagem da “Folha de S. Paulo”, o suposto calendário de reajustes passou a preocupar mais a cúpula do governo após último reajuste da gasolina ter se tornado um dos vilões do aumento da inflação em 2013.
Leia a íntegra da nota divulgada nesta quarta-feira (15) pelo Ministério de Minas e Energia:
“Não tem fundamento notícia veiculada nesta quarta-feira, 15 de janeiro de 2014, no site do jornal “ Folha de S. Paulo”, sob o título “Acordo Prevê Aumento de Combustíveis em Junho”. Esse tema não foi tratado pelo governo federal e é privativo da Petrobras.
Em virtude do efeito da nota nos preços das ações da Petrobras, o Ministério de Minas e Energia pedirá à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que investigue o episódio”.
Em virtude do efeito da nota nos preços das ações da Petrobras, o Ministério de Minas e Energia pedirá à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que investigue o episódio”.
(G1)