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Hilton Coelho: Fala ao Visão Cidade sobre Salvador

Hilton Coelho é natural de Salvador e nasceu no dia 22 de junho de 1971. É servidor público federal.
Militante do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), atua desde jovem nos movimentos sociais, defendendo os ideais do socialismo referenciado no histórico de resistência e lutas do nosso povo!
É Mestre e graduado em História pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) onde completou seu Mestrado na mesma área.
Foi candidato a governador em 2006, a prefeito de Salvador em 2008 encabeçando a Frente de Esquerda Socialista e obtendo 51 mil votos. Em 2010 foi candidato a deputado estadual, alcançando quase 25 mil votos. Foi eleito vereador nas eleições de 2012 com 16.408 votos (1,27% dos válidos) pela Coligação “Chega de Vender Nossa Cidade” (PSOL-PCB).
Atua no movimento sindical na direção do Sindicato dos Servidores do Judiciário na Bahia (licenciado). É vice-presidente do PSOL na Bahia.
São objetivos do seu mandato ser uma trincheira a serviço da luta, do povo guerreiro da nossa cidade, a serviço dos movimentos sociais, das causas justas, da transparência no trato com a coisa pública, com a democracia e a participação popular. Um canal e um instrumento da resistência negra, indígena, feminista, LGBT, ecossocialista e popular na Câmara de Vereadores e nas ruas de Salvador.
A mobilidade urbana?
Salvador historicamente foi administrada para as chamadas elites. A maioria da população sempre foi excluída das decisões e com o crescimento de nossa cidade, nada foi pensado em relação ao transporte de massa.
Estamos agora diante da novela do Metrô. Algo que envergonha a cidade e os soteropolitanos. Salvador é a terceira maior capital do Brasil, mas não tem um transporte de massa eficiente como o metrô. Para a maioria da população os governos federal, estadual e municipal deixaram os ônibus lotados, desconfortáveis e enfrentando um trânsito sem nenhum planejamento.
A proposta do PSOL é que se dê prioridade para o transporte de massa. Não é justo vermos milhões de reais sendo desperdiçados em projetos excludentes como o da Linha Viva e deixe nosso povo amontoado em ônibus.
Claro que o metrô não pode ser o ‘calça curta’ que nem mesmo assim funciona. Queremos o planejamento de linhas que acessem os bairros de Salvador e região metropolitana (RMS).
A saúde em Salvador?
Entendemos que hoje o sistema de saúde brasileiro, ao contrário do propósito para o qual foi criado, reproduz e gera iniquidades. Entendemos que os principais problemas estruturais desse sistema são o subfinanciamento, a privatização, o modelo assistencial curativo, a precarização do trabalho em saúde e má formação de profissionais da saúde.   A luta por uma verdadeira reforma sanitária não pode parar e por isso lutamos pela valorização e defesa do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em Salvador a saúde pública promovida pela prefeitura foi abandonada. Não temos um único hospital municipal próprio, por exemplo.
Os centros de saúde funcionam em locais precários e só prestam serviços em razão do empenho dos profissionais que enfrentando todas as dificuldades cumprem seu papel social.
É importante ressaltar que entendemos que a sociedade capitalista é uma sociedade produtora de doenças. Não é possível ter saúde de verdade com a desigualdade social, com a falta de saneamento básico, com as condições de trabalho e com a destruição ambiental imposta pelo sistema econômico que busca o lucro acima da vida. Temos a dimensão que a sociedade socialista será a sociedade produtora de pessoas saudáveis. E a trajetória das políticas de saúde no Brasil nos últimos 25 anos não deixa dúvidas sobre isso.
O voto secreto?
Defendemos por principio o voto aberto. Voto secreto apenas para a população para ser protegida de quaisquer ações nefastas dos governantes. Quem exerce mandato popular deve votar de forma aberta para que os eleitores e a população saibam se eles realmente representam o sentimento e as aspirações daqueles que com o voto asseguraram seu mandato. Voto secreto é sinônimo de covardia.
A educação?
A prefeitura deve cumprir seu dever constitucional de cuidar do ensino fundamental. Com tristeza constatamos que esse papel não está sendo cumprido. Mais uma vez, a situação só não é ruim porque as educadoras e educadores de nossa cidade cuidam com rigor da formação de nossas crianças.
A prefeitura mostra sua incapacidade ou outra qualificação mais radical quando tenta impor á sociedade um programa machista, racista e homofóbico. O famigerado Alfa e Beto.
O Ministério Público recomendou a de suspensão imediata do Alfa e Beto. Também continha recomendação da rescisão do contrato e a adoção de medidas para ressarcir os cofres públicos por conta dos valores pagos, cujo investimento foi estimado em R$ 12.330.340,00. Contudo, a Secretaria Municipal da Educação de Salvador (Smed) decidiu ignorar a acertada recomendação do Ministério Público, aplaudida pelos professores do município que lutam contra o conteúdo discriminatório, racista e homofóbico do famigerado sistema educacional. Com esta medida, a Prefeitura desconsiderou todas as deficiências, erros conceituais e falhas apontadas pela categoria dos profissionais de educação, que realizaram diversas manifestações para impedir a implantação danosa deste sistema.
Em resumo, a educação em Salvador não é a que a população tem direito e muito menos a que queremos. Muito há por se fazer para corrigir mais esse absurdo.
Os nove meses da administração de ACM Neto?
Mostrou claramente que sua administração é voltada para os grandes grupos econômicos e continua com a política de exclusão da maioria da população.
Suas ações apenas prejudicaram os já excluídos. Atacou as baianas de acarajé, flanelinhas, camelôs, artesãos do Mercado Modelo, terceirizados, violou acordo com servidores etc.
Nossa luta é mostrar à população que sua administração é nefasta para a maioria e suas ações recentes deixarão ainda claro quais são seus propósitos.
É candidato nas próximas eleições?
Não descartamos a possibilidade de apresentar nossa candidatura a algum cargo em 2014 a depender das decisão coletiva do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). 
A sucessão estadual e federal em sua visão?
O PSOL apresentará candidaturas em todos os níveis. Teremos candidato ao governo da Bahia e nosso pré-candidato é o companheiro Marcos Mendes. Neste final de semana, de 29 de novembro a 1º de dezembro, no 4º Congresso Nacional do PSOL, definiremos nossa candidatura à Presidência do Brasil.
Somos contras as reformas neoliberais. Somos a favor de reformas que sejam para melhorar a vida da maioria do povo, como a reforma agrária e a reforma urbana.
Temos a necessidade também de uma profunda reforma tributária, que inverta a atual lógica que faz os impostos pesarem fundamentalmente sobre o trabalho e o consumo, e não sobre a riqueza e a propriedade, fazendo com que quem ganha menos pague proporcionalmente muito mais imposto do que quem ganha mais.
Defendemos a taxação das grandes fortunas, pesados impostos sobre os mais ricos e alívio da carga tributária sobre a classe média e os pobres.
Queremos também a estatização das empresas privatizadas. Expropriação dos grandes grupos monopólicos capitalistas.
Com essas propostas disputaremos as eleições.
A reforma tributaria será favorável para o município?
A única reforma tributária que aceitamos é que aqueles que muito têm paguem muito, os que têm menos paguem menos e os que nada têm nada paguem.
Qualquer outra política tributária penaliza a maioria da população. Nosso mandato se colocará sempre contra quaisquer investidas contra os interesses da maioria do nosso povo.
Sobre a Comissão de Defesa da Criança e do Adolescente?
A criação da Comissão Temporária de Defesa da Criança e do Adolescente, uma proposta de nosso mandato, visa promover discussões acerca da política municipal para a área. “Em nossa visão, daqui para frente a Casa deve ter uma nova postura diante deste grave problema social. Tem a obrigação de não apenas ficar na crítica e na observação. Necessita atuar de forma propositiva para o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) pelos órgãos públicos do município. Vamos atuar na questão da legislação municipal. A comissão, dentre outras funções, deve opinar em todas as proposições referentes à defesa dos direitos da criança e do adolescente; propor seminários, campanhas, projetos e serviços que visem à construção de uma cultura social que priorize a defesa do ECA”.

“Uma das questões centrais será fiscalizar e dotar o Conselho Tutelar de infraestrutura e condições dignas de trabalho. Da forma que está hoje, a atuação dos conselheiros só acontece em razão da dedicação e compromisso pessoal. A prefeitura deve ser obrigada a cumprir com suas funções e prover de equipamentos e condições materiais as sedes dos conselhos para que em Salvador a defesa da criança e do adolescente seja uma realidade. Em conjunto com o Conselho Tutelar e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente a Comissão acompanhará e fiscalizará o cumprimento da legislação que assegura a proteção integral tomando medidas administrativas e judiciais cabíveis”, finaliza Hilton Coelho.

Visão Cidade

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