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Conselho de Ética rejeita processo contra Bolsonaro por agressão

O Conselho de Ética da Câmara rejeitou nesta quarta-feira (30), por unanimidade de 11 votos, a abertura de processo disciplinar para apurar se houve quebra de decoro por parte do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) pela suposta agressão ao senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Os deputados votaram a favor do parecer prévio do relator, deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), que recomendou o arquivamento da representação.
Randolfe disse ter sido agredido com um soco na barriga por Bolsonaro no dia 24 de setembro, pouco antes da visita de integrantes das comissões da Verdade do Senado, da Câmara e da OAB/RJ ao prédio do antigo DOI-Codi, atual 1° Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, na Zona Norte do Rio. Bolsonaro diz que deu um “empurrão” por ter sido impedido de entrar no edifício (veja o momento da discussão no vídeo ao lado).
Durante a defesa, Bolsonaro apresentou sete vídeos que mostravam episódios que envolveram seu nome e o do PSOL. O parlamentar afirmou que o partido o persegue o tempo todo.
“Após a apresentação destes vídeos, eu sinceramente não vi nenhum soco, vi um empurra-empurra”, afirmou. “Bolsonaro é um deputado diferente e tem criado várias situações. Por isso, refaço o meu parecer mudando para a não admissibilidade por falta de justa causa”.Ao chegar à reunião do Conselho de Ética, o relator, Sérgio Moraes (PTB-RS), trazia parecer pela abertura do processo. Mas, depois de ouvir os membros do colegiado e o prório Bolsonaro, que levou vários vídeos do episódio, ele decidiu mudar o parecer para a não admissibilidade.”O PSOL parece que tem uma tara tocante na minha pessoa”, afirmou. Bolsonaro disse ainda que se não tivesse conseguido entrar, poderia ter sido agredido por manifestantes que estavam no local. “Se eu ficasse lá fora eu poderia ter sido agredido e ia me sentir um rato”, afirmou. “Eu não sou do PSOL para me sentir um rato.”
A representação, protocolada pelo PSOL um dia depois da discussão no Rio, pedia uma “reposta contundente” do conselho para que Bolsonaro “contenha os seus arroubos violentos recorrentes em sua trajetória” e apontou quebra de decoro parlamentar.
No documento, argumentou que a suposta agressão foi “totalmente injusta e covarde, tendo [Jair Bolsonaro] se utilizado de subterfúgios próprios de delinquentes: aproveitou-se do momento para ocultar a sua agressão e, posteriormente, declarou que não havia desferido o golpe”.
Durante a audiência, o deputado José Carlos Araújo (PSD-BA) disse que não viu nenhum agressão física e sim uma discussão normal entre políticos. “Não vi nenhuma agressão. Vi uma grande discussão. Acho que estamos perdendo tempo aqui em discutir um fato que é normal entre políticos. Qual deputado aqui nunca passou em situações parecidas?”
Líder do PSOL na Câmara, o deputado Ivan Valente afirmou que o resultado “é uma grande farsa”, mas disse que o partido não deve recorrer da decisão. “Como uma pessoa que defende a ditadura, a tortura, o preconceito e o racismo é elogiada pelos membros do Conselho?”, reclamou.
Apesar da decisão ter sido desfavorável ao partido, Valente afirmou que o julgamento público é o que mais interessa. “PSOL continuará denunciando as maracutaias, as falcatruas, a falta de ética que perdura ainda e essas atitudes agressivas”, afirmou.
(G1)

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