Vai entender a cabeça de JH
A volta do ex-prefeito João Henrique ao mundo da política se deu pelas ondas do rádio. Estreando o programa “Papo Livre”, na rádio 100.7 FM, o gestor que teve contas de sua administração rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM/BA) e confirmadas pela Câmara Municipal de Salvador (CMS), agora quer usar os microfones para reeditar um estilo conhecido na rádio baiana: o ex-prefeito com palanque eletrônico.
Para não fugir de sua performance midiática e sempre auto-promocional, JH teve momentos de intensos elogios, que beiravam o puxa-saquismo, que foram protagonizados por alguns de seus ex-auxiliares e vereadores que integravam suas base na CMS, além de correligionários do seu atual partido, o PSL.
Não se pode negar, que João Henrique, ainda possui um significativo ambiente eleitoral. De olho nisso, o “nanico” PSL abriu as portas para sua chegada, proporcionando a alegria incontida do seu séquito de seguidores, ditos “henriquistas”, que ainda fazem questão de defendê-los em vários embates, onde ele sempre se escondeu de fazê-lo.
Ora, todos conhecem o ex-prefeito, e sabem que de bobo, ele tem somente a aparência. Não estaria João Henrique querendo apenas apontar erros da atual gestão, essa que com a máquina pública, ajudou a eleger. Quem sabe, quer um fórum adequado para se defender dos ataques possíveis que vão acusar-lhe de ter deixado uma herança maldita, ou até mesmo, quer poder atacar seus adversários e ex-aliados.
Agora radialista, JH pretender exercer sua vocação de comunicar, aliás, sabe fazer como poucos, quando a intenção é sensibilizar. Por isso, tenta a todo custo, tocar o coração do Subúrbio Ferroviário, pedaço da cidade onde ainda tem alguma reserva de admiração. O grande colégio eleitoral contido nesta região é a sua chance de manter-se vivo no jogo político. Daí, sua predileção por enaltecer o eleitor suburbano, talvez no sentimento de considerá-lo mais suscetível ao seu discurso populista e repetitivo.
Se JH queria “causar”, parece ter conseguido mais uma vez, após sua saída do Palácio Thomé de Souza. Ele sempre consegue uma forma de ser lembrado, quer seja pela sua administração de contas rejeitadas e denúncias de corrupção, e até mesmo pelas suas peripécias pessoais que interferiam na política. Agora, quer se lembrado pelo estilo que ele sempre repudiava quando era prefeito: o ex-prefeito com microfone. Vai entender a cabeça desse cidadão!
por: Jeremias Silva