Médicos da rede pública ‘fogem’ para atender em clínicas privadas
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Outro exemplo é o do geriatra Paulo Roberto Fernandes, diretor da unidade até outubro. De acordo com o jornal, a agenda de atendimento fica trancada na mesa da enfermeira Vera Lúcia e ninguém consegue marcar uma consulta com o profissional, onde deveria trabalhar 40 horas por semana para ganhar R$ 11 mil. Outro desaparecido é o ex-diretor do hospital, o oncologista José Francisco Ferrão, que recebe quase R$ 16 mil. O nome do médico nem aparece entre os servidores do hospital e os pacientes da unidade não conseguem consulta. Para achá-lo, somente em sua clínica particular, onde a consulta sai por R$ 150. Outra médica com a agenda lotada é Mauricea de Santanna, com carga de 40 horas por semana e salário de R$ 8 mil. Seus colegas mais novos do Cardoso Fontes não a conhecem e os antigos se assustam quando alguém quer saber dela. A ginecologista Magali Luppo Cordeiro, com status de chefia no hospital de Jacarepaguá, onde recebe R$ 16 mil por mês, tem duas matrículas no Ministério da Saúde e total de 60 horas semanais – ou 12 horas por dia, já que não trabalha nos fins de semana. Com a agenda no consultório particular duas vezes por semana, fica difícil atender nos dois lugares.
(Terra)