Cresce fabricantes de máquina de cafés pelo mercado de cápsulas
Quando se trata de máquina de café, se o mercado em geral cresce cerca de 15% ao ano, de acordo com estimativas da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), as de cafés em cápsulas registram crescimento ainda maior, de 20%.
E, neste quesito, não há dúvida, a suíça Nespresso é líder: estima-se que que seu crescimento anual seja de 50% no País. Com a quebra de algumas patentes relacionadas às suas cápsulas e máquinas de café, mais competidores se esforçam para abocanhar uma fatia do consumo, cujo potencial é grande e ainda representa cerca de 2% do mercado, estima a Abic.
Portanto, o espaço para crescer é grande, aponta Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Abic. “Nos próximos dez anos, 40% a 50% do consumo total de café no Brasil deve estar relacionado aos cafés em cápsulas e sachês”, afirma.
Na sua opinião, o consumo fracionado “veio para ficar”. “As empresas oferecem variedade de sabores e misturas. É algo prático e automático. Haverá uma boa briga no mercado neste segundo semestre do ano e em 2014”.
Novos entrantes
O mais recente participantes de peso a entrar é o grupo 3 Corações, que irá lançar sua primeira máquina de café em cápsulas no mês que vem. Entre os diferenciais, a máquina também irá preparar café filtrado. A Master Blender, dona do Café Pilão, já vende suas cápsulas no mercado, e também fabricantes menores, como a Lucca Cafés Especiais e a Utam, com sua marca Uno. A portuguesa Delta Cafés desembarcou no País no ano passado com cápsulas exclusivas.
O mercado internacional de cápsulas ganhou força em boa parte graças ao crescimento da Nespresso. A cada desenvolvimento de produto, a empresa registrava a patente para garantir o domínio exclusivo. Mas com o passar do tempos, essas patentes começaram a cair.
A concorrência, é claro, não perdeu tempo na tentativa de pegar carona no sucesso da companhia suíça e passou a investir no lançamento de cápsulas que também podiam ser usadas nas máquinas da Nespresso.
Para a empresa, que tornava seus clientes fiéis também graças à falta de opção no mercado para seu café, teve de se adaptar aos dias difíceis. No Brasil, tratou de reduzir o preço dos produtos.
Apesar da inspiração em uma marca global como a Nespresso, há o cuidado de criar um produto próprio. O design pode ser um dos diferenciais. A máquina do grupo 3 Corações, por exemplo, será mais circular. As cápsulas da Café do Ponto, lançadas no início do ano, são feitas de plástico, e não de alumínio. Seja para criar um produto mais barato, e ganhar outra fatia do mercado, ou para se proteger judicialmente.
A Nespresso indica que, enquanto algumas patentes são quebradas, outras novas são criadas. “A Nespresso é coberta por mais de 1.700 patentes, com datas de validade diferentes e que fornecem proteção em diversos aspectos. Novas patentes são criadas constantemente”, informa a empresa, em nota.
As patentes abrangem não apenas o design dos produtos, mas a maneira como o sistema opera em conjunto, desde a cápsula até a extração do café. “Como o próprio sistema tem sido alvo de contínuas inovações, existem muitas patentes diferentes relacionadas a essas cápsulas, para as quais a alegação de compatibilidade deve ser avaliada”, conclui o posicionamento.
Uma vantagem da Nespresso é sua rede de lojas próprias, que mantém consumidores mais perto da máquina. Em sete anos no País, a fabricante abriu dez boutiques: quatro em São Paulo, duas no Rio de Janeiro e uma em Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Campinas. Em breve, a marca irá inaugurar o Nespresso Expertise Center, o primeiro de Américas, que irá “disseminar a cultura do café”, informa, sem dar mais detalhes.
(IG)