Tratamento precoce do HIV pode salvar três milhões de vidas até 2025
A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que três milhões de vidas poderiam ser salvas até 2025 se os médicos passassem a tratar mais cedo as pessoas infectadas pelo vírus HIV. Durante a apresentação das novas diretrizes para o tratamento da infecção, neste domingo, o órgão afirmou que, para que haja um controle e uma potencial redução da epidemia global da doença, 80% dos pacientes infectados – ou cerca de 26 milhões de pessoas — deveriam estar sendo medicados atualmente. Até então, 16,7 milhões de pacientes contaminados se enquadravam nos critérios para o tratamento.
Isso quer dizer que quase 10 milhões de pessoas infectadas que, com base nas diretrizes de 2010, não precisariam ser submetidas ao tratamento com remédios, agora devem receber os medicamentos.
Tratamento padrão — Nem todas as pessoas infectadas pelo HIV apresentam sintomas da aids, e nem todas são tratadas com os antirretrovirais, medicamentos utilizados para controlar a infecção. Os remédios são introduzidos quando há uma quantidade determinada de vírus e de células de defesa no sangue do paciente. Eles inibem a reprodução do HIV, diminuem a carga viral, mas não são capazes de curar o paciente infectado pelo HIV.
Segundo a OMS, profissionais de saúde, especialmente aqueles que trabalham nos países mais pobres e que contam com uma verba limitada, tendem a esperar até que a infecção progrida para que passem a medicar os pacientes.
As novas diretrizes foram estabelecidas após uma série de estudos terem apontado que o tratamento precoce da infecção pelo HIV pode fazer com que os pacientes contaminados vivam saudáveis por mais tempo. Além disso, a abordagem parece diminuir a quantidade de vírus no sangue do indivíduo, o que reduz de forma significativa o risco de transmissão da doença. “Com cerca de 10 milhões de pessoas passando a ser tratadas com a terapia antirretroviral, nós vemos que tais perspectivas, que eram impensáveis há alguns anos, agora podem dar o impulso necessário para direcionar a epidemia do HIV em um declínio irreversível”, disse Margaret Chan, diretora geral da OMS, em comunicado.
Epidemia — Segundo a OMS, aproximadamente 34 milhões de pessoas no mundo apresentam o vírus HIV, sendo que a maioria delas vive em países pobres ou em desenvolvimento. A região mais afetada no mundo é a África Subsaariana. A epidemia da aids já causou cerca de 25 milhões de mortes no mundo nos últimos 30 anos, desde que o vírus foi descoberto.
(Veja)