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Campanha em banho-maria

A queda de Dilma Rousseff na pesquisa Datafolha serviu para colocar mais uma  minhoca na cabeça de José Serra, que pensa seriamente em trocar de  partido  para se   candidatar outra vez à presidência da República. No PSDB, ele perdeu a legenda para  Aécio Neves. 
 
O tucano paulista se animou porque os adversários da presidente não  cresceram como deviam, mesmo embalados pelas manifestações populares. Pela   pesquisa, a eleição seria decidida hoje no 2º turno por duas mulheres: a própria Dilma,   que tem 30% de intenção de voto contra 23% de Marina Silva. Aécio Neves ficou em  terceiro lugar com 17% e, Eduardo Campos, foi a 7%. Apesar de derrotado nas últimas  eleições que disputou, Serra ainda seria um adversário difícil para a candidata do PT.
 
Murmúrios já surgiram nas rodas petistas, alimentando a tese de que se Dilma cair mais,  nas próximas pesquisas, o PT pode lançar Lula.  Na hipótese de Serra ser candidato, a candidatura de Aécio Neves vira pó, porque o  tucano paulista avançaria sobre os votos do PSDB. Mas lideranças tucanas não  acreditam que Serra deixe o partido que ajudou a criar. 
 
A preocupação do PSDB  nos últimos dias foi a de aproveitar as manifestações de protestos aos políticos para  montar um esquema de ocupação de espaços preciosos nos veículos de comunicação,  aliando-se à imprensa que tem criticado diariamente a presidente Dilma Rousseff.
 
Os  tucanos tem comparecido aos principais programas de entrevistas nas emissoras de  rádio e televisão e ganharam mais espaço nos jornais, que levaram os petistas a  ironizar que o PSDB virou pauteiro da grande imprensa.
 
As manifestações populares que ocorrem em quase todo o País serviram para paralisar   a campanha presidencial.
 
Os pré-candidatos temem pedir o voto do homem na rua e ser    hostilizados. O eleitor protesta contra todos os políticos e partidos, por entender que a  classe política brasileira é corrupta , Há dias, Aécio Neves cancelou inesperadamente a   visita que faria ao Nordeste, uma região que precisa ser conquistada porque concentra  35 milhões de votos, e Dilma Rousseff deixou de comparecer ao jogo final da Copa das   Confederações, no Maracanã, para não ser vaiada novamente.
 
A paralisação da   campanha prejudica  mais os candidatos a presidente e aos governos estaduais que estão   atrás nas pesquisas. Eles precisam crescer e isso só é possível se estiverem “amarrados”   na campanha.  
 
Os candidatos que estão com índices de intenção de voto baixos nas pesquisas esperam  pelo fim das manifestações para voltar a viajar pelo País, mas os que estão bem situados   na preferência dos eleitores torcem para que a ebulição nas ruas se prolonguem por mais   tempo, mas sem o vandalismo que tem provocado confrontos com a polícia, deixando   um saldo negativo de pessoas feridas de ambos os lados. 
 
O governador de Minas, que  é do PSDB, Antonio Anastásia, por exemplo, chegou a recorrer a tropas federais para   proteger não só o seu palácio como outros monumentos históricos de Belo Horizonte  que são ameaçados de depredação pelos vândalos que se infiltram nos movimentos  pacíficos.(DC)

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