PMDB lava roupa suja com Dilma

Conforme informou a Agência Estado, integrantes da cúpula do PMDB pretendiam levar à mesa as insatisfações da base aliada afloradas desde a votação da Medida Provisória dos Portos, ocorrida no último dia 16. No dia 25 de maio, em visita oficial à Etiópia para participar das celebrações dos 50 anos da União Africana, a própria Dilma reconheceu que a relação com o PMDB tem “flutuações”.
“Nós não vemos nenhum problema nas relações com o PMDB. Nenhum. Há flutuações, né? Porque também há interesses momentâneos desse ou daquele segmento”, comentou a presidente na ocasião. Questionada se os episódios de atrito seriam pontuais, Dilma respondeu: “São. E não são significantes, do ponto de vista da qualidade da aliança com o PMDB.”
Depois da MP dos Portos, Renan Calheiros se recusou a colocar em votação as MPs que desoneravam folhas de pagamento salariais e a que garantia desconto médio de 20% na conta de luz. A negativa deveu-se ao prazo inferior a sete dias que o Senado teria para avaliar as MPs – Renan se comprometera com os senadores a não mais aceitar prazos inferiores a sete dias depois da MP dos Portos, que teve ser ser votada em poucas horas.
Depois da troca de amabilidades pela manhã em Natal, Alves pretendia, no segundo encontro de ontem com Dilma, “expor a verdade” sobre as dificuldades da base no Congresso. A “verdade” não está apenas no descontentamento do PMDB que, além de remoer o pouco espaço recebido na Esplanada na gestão Dilma, vem dando sinais de “rebeldia” a ponto de ser um dos partidos que mais deu apoio à criação da CPI da Petrobras.
Ao conversar com lideranças dentro do próprio partido de Dilma, o PT, constata-se o receio de que o mal-estar na relação do Planalto com os aliados chegou ao “limite” nas últimas semanas. Parte do descontentamento está na falta de liberação de emendas e no engessamento dos projetos dos aliados que servirão de vitrine em 2014, ano de eleição.