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Endividamento dos grandes clubes chega a R$ 4,5 bilhões

Torcida botafoguense durante partida entre Botafogo x Fluminense

A temporada de receitas recorde dos grandes clubes brasileiros em 2012 não impediu que as dívidas das agremiações continuassem crescendo, ainda que num ritmo menor do que nos anos anteriores. Na quarta-feira, o site de VEJA mostrou os números da nova edição do estudo do consultor Amir Somoggi, um dos principais especialistas em gestão e marketing esportivo do país, sobre as finanças das vinte maiores equipes brasileiras. Eles revelam que no ano passado, pela primeira vez na história, o faturamento conjunto desse pelotão de elite do futebol nacional passou dos 3 bilhões de reais (as receitas totais subiram 38% em apenas um ano). Mesmo com o reforço considerável nas receitas, o endividamento dos clubes continuou em alta. Ou seja: mesmo com a injeção adicional de recursos – provenientes, em boa medida, das luvas dos novos contratos para transmissão dos jogos pela TV pela Rede Globo -, os clubes não conseguiram reduzir suas dívidas. Entre as exceções estão o Vasco, o Santos, o Grêmio e o Corinthians. Somados, os vinte principais clubes do país deviam nada menos que 4,5 bilhões de reais no ano passado, uma alta de 16% na comparação com 2011 (e de 120% desde 2008). O lado positivo do estudo é que esse crescimento nas dívidas é o menor desde 2009. Em 2010 e 2011, o endividamento dos clubes cresceu 19% a cada temporada.

O endividamento dos maiores clubes brasileiros (em milhões de reais)

CLUBE ENDIVIDAMENTO EM 2012 ENDIVIDAMENTO EM 2011 VARIAÇÃO
Flamengo                       741,7 355,5 109%
Botafogo 614,5 563,9 9%
Fluminense 434,9 404,9 7%
Atlético-MG 414,5 367,6 13%
Vasco da Gama 410 422,6 -3%
Palmeiras 287,2 240,5 19%
Internacional 214 197,4 8%
São Paulo 199,7 158,5 26%
Santos 194,4 207,7 -6%
Grêmio 187,2 198,9 -6%
Corinthians 177,1 178,5 -1%
Cruzeiro 143 120,3 19%
Portuguesa 135,4 138,3 -2%
Coritiba 122,8 111 11%
Goiás 80,4 79,9 1%
Náutico 66,2 63,7 4%
Bahia 61,2 58,4 5%
Figueirense 46,1 27 71%
Vitória 15,6 10,4 49%
Atlético-PR* 82,4 4,1 -2089%

*O balanço do Atlético-PR inclui R$ 123,1 milhões de repasses de títulos a venda do potencial construtivo de sua arena, que provocou essa variação muito fora da média nos números do clube.
Fonte: Amir Somoggi

  2012 2011
Botafogo
5
9,6
Flamengo
3,5
1,9
Vasco da Gama
2,9
3,1
Fluminense
2,9
5,1
Portuguesa
2,7
4,7
Goiás
1,6
4,7
Náutico
1,6
3,3
Coritiba
1,5
1,7
Cruzeiro
1,2
0,9
Outro aspecto positivo revelado pelos números reunidos no estudo é a redução da relação entre dívida e receita total dos clubes (na tabela ao lado). Com o incremento das receitas obtidas pelas equipes, o indicador melhorou. Quanto menor ele for, mais positiva é a situação. A relação entre dívida e receita total média dos vinte clubes avaliados por Somoggi era de 1,78 em 2011. No ano passado, ela caiu para 1,44. O Botafogo ainda é o clube cuja dívida é mais distante de seu faturamento anual, mas o abismo ficou menor em 2012. Em 2011, a dívida do clube alvinegro era quase dez vezes maior que a receita total do clube carioca na temporada. Em 2012, a dívida estava cinco vezes maior que o faturamento. Depois do Botafogo aparecem os outros três grandes do Rio: Flamengo, Vasco e Fluminense. Por causa de suas enormes receitas (é o líder nesse quesito) e de uma gestão financeira mais profissional do que na década passada, quando viveu fortes turbulências, o Corinthians tem uma relação dívida/receita total de apenas 0,5. O São Paulo, vice-campeão em receitas em 2012, aumentou sua dívida, mas mesmo assim está numa situação mais confortável que os grandes do Rio, por exemplo. Suas dívidas correspondiam a 70% de sua receita total anual na última temporada.
(Exame)

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