Empresa que vai assumir sistema ferry boat já opera travessia de 32 quilômetros
Ela faz uma travessia de 32 quilômetros em pouco mais de uma hora e tem embarcações que comportam 100 carros e 1.300 passageiros. Criada em 1988, a Internacional Marítima Ltda, empresa que assume depois de amanhã o Sistema Ferry-Boat da Baía de Todos os Santos, faz travessias no Maranhão desde 2002.
Através de contrato emergencial, a empresa vai operar o Ferry por 180 dias, período em que vai ocorrer uma licitação para definir a próxima concessionária do sistema, gerido pelo governo estadual desde setembro, após intervenção na TWB Bahia.
No Maranhão, porém, a Internacional Marítima não opera por concessão. Ela tem apenas autorização do governo para realizar a travessia entre a capital, São Luís, e a cidade de Alcântara, junto com outra empresa, a Servi-Porto. “Nenhuma das empresas que operam tem concessão. Têm permissão. O estado está organizando esse sistema agora. Está fazendo o processo licitatório”, afirmou ontem o diretor-geral da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Maranhão (Arserp), Remi Ribeiro. Na permissão, não há nenhuma contrapartida do estado.
“As embarcações são investimentos deles. O estado não patrocina nenhum custo dos passageiros, não dá óleo, equipamento. E as empresas pagam os impostos devidos”, explicou Ribeiro. Na Bahia, a empresa será responsável por uma travessia de aproximadamente 13 quilômetros, feitas com embarcações do estado.
Em São Luís, a travessia com a Internacional Marítima custa R$ 8 para pedestres, R$ 60 para carros pequenos e R$ 75 para caminhonetes. “A Internacional colocou o primeiro ferry que ela comprou da antiga empresa Codomar e começou a operar. A travessia é feita com um serviço razoável, mas o sistema funciona de forma precária. Até hoje não tem concessão”, observa o promotor de Justiça Emmanuel José Peres Netto Guterres Soares, do Ministério Público do Maranhão.
“É um negócio muito lucrativo. Ano passado, foram mais de 1,5 milhão de passageiros. Mas a Internacional tem alguns pequenos problemas. Nem todos os ferries estão adaptados para a acessibilidade. A população reclama, mas até melhorou, porque antes só saía com a maré cheia. Hoje já consegue sair em mais horários”, disse o promotor.
Segundo o promotor Emmanuel Soares, a travessia feita no Maranhão encurta o caminho de quem sai da capital com destino a Belém (PA). Cada uma das empresas trabalha com quatro embarcações.
“Os ferries da Servi-Porto são mais modernos. Os da Internacional são mais ultrapassados. O mesmo grupo da Internacional tem uma rede de postos de combustível e também uma empresa de vigilância armada”, disse o promotor. A Internacional é uma empresa do Grupo Atlântica.
(Ibahia)