Lessa propõe inversão no circuito Dôdo
“O circuito Dôdo também precisa sofrer uma mexida, inclusive física, e virar Ondina/Barra”, avaliou o vereador e 1ª secretário da Câmara Municipal de Salvador (CMS), Arnando Lessa (PT), após percorrer o circuito durante os dias de folia momesca e identificar o favorecimento de poucos espaços durante o percurso.
Para Lessa, com a concentração excessiva de camarotes em Ondina, o cenário do circuito Dôdo é de um trecho de acesso estrangulado e mal aproveitado. Já a Barra, tornou-se um amontoado de trios, que apenas concentra os blocos e não tem muito destaque.
Entretanto, a inversão física proposta por Lessa trará, caso aceita, a valorização e destaque merecido para os maiores cartões postais do circuito: Cristo, Farol e Porto da Barra. Lá, os foliões chegariam à apoteose da folia, onde palanques e camarotes oficiais poderão ser montados para garantir a maior permanência do grande público. Outro beneficio trazido com o redesenho do circuito é o escoamento de tráfego, já que a logística de acesso em Ondina é favorecida com duas vias, a Garibaldi e a Orla.
Em total apoio a decisão de alteração do circuito Osmar (Campo Grande), sugerida pela prefeitura, Lessa traz a necessidade de também modificar o circuito Dôdo. A iniciativa de Lessa também traz fundamentos de valorização para o circuito, porém busca um destaque especial para alertar os envolvidos na realização da folia, sobre a comercialização maciça de espaços públicos e, sobretudo, a transformação da diversão em um negócio valioso e disputado por grandes empresários. Sobre a questão é importante dizer, que segundo o código de ética do Conselho Municipal do Carnaval (ComCar), o aluguel de espaço na fila dos trios é considerada uma infração gravíssima.
De acordo com Lessa, os “oportunistas da folia” transformaram a prática de alugar e vender vagas em um balcão de negócios. “Tem ‘entidade’ e ‘bloco’ que não desfila a mais de dez anos e continua alugando seu lugar na fila a entidades constituídas, às vezes, no mesmo ano. Como é o exemplo do bloco Largadinho de Claudia Leitte”, relatou. É válido lembrar, que segundo determinação do código de ética e das infrações do ComCar, os novos blocos devem ocupar o final da fila, o que não aconteceu no caso do Largadinho.
Para o vereador do Pt, a situação vai além do que se imagina. “É preciso que o secretário de desenvolvimento, cultura e turismo, Bellintani investigue se não existem outras entidades na mesma situação do Broder”. E chamou a atenção: “por exemplo, os blocos Harém e Open Barra saíram no lugar de quem?Quanto custou a vaga?”.
Para dar um basta no “negócio fila” do carnaval, Lessa sugere que as condições devam ser avaliadas desde os últimos dez anos até hoje, além de defender o debate e participação de todos os envolvidos, inclusive a Câmara.