Dezesseis capitais devem esperar 2º turno para definir prefeitos
A maioria das capitais deverá ter uma segunda rodada de votação para escolher o prefeito na eleição deste ano, incluindo São Paulo, maior colégio eleitoral do país, e outras cidades importantes, casos de Fortaleza e Salvador.
Das 24 capitais com mais de 200 mil habitantes, e que portanto têm segundo turno caso um dos candidatos não alcance mais da metade dos votos válidos no próximo domingo, 16 devem retornar às urnas no dia 28 de outubro para definir os vencedores, considerando as pesquisas mais recentes.
Somente Palmas e Boa Vista são capitais que não têm segundo turno.
Partidos que protagonizam o maior antagonismo da política brasileira nas últimas décadas, PT e PSDB devem se enfrentar diretamente no segundo turno em João Pessoa e Rio Branco, onde os candidatos dos dois partidos estão na frente nas pesquisas.
Mas, a queda livre do candidato do PRB, Celso Russomanno, nas pesquisas de intenção de voto em São Paulo pode determinar um enfrentamento direto entre PT e PSDB na maior disputa municipal do país.
José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT), que disputavam até a semana passada cabeça a cabeça um lugar no segundo turno contra Russomanno, veem agora o enfraquecimento do eleitorado do candidato do PRB e podem até mesmo ultrapassá-lo, transformando a eleição da capital paulista em mais um capítulo do histórico embate entre tucanos e petistas.
O enfrentamento direto entre PT e PSDB por uma vaga no segundo turno, porém, fica restrito a essas capitais. O que não quer dizer que eles não sejam os principais adversários mesmo em capitais onde não apenas participam das coligações do cabeça de chapa.
É o caso de Manaus, onde o PT está coligado com o PCdoB, da candidata Vanessa Graziottin, e quer derrotar um velho desafeto, o ex-senador Arthur Virgílio (PSDB). Situação parecida com Salvador, onde o PSDB apoia ACM Neto (DEM) e se esforça para vencer a disputa contra o petista Nelson Pelegrino e evitar que o governo estadual e a capital fiquem sob o comando do PT.
O clima de confrontação entre as duas legendas fica claro, inclusive, no discurso das lideranças partidárias. Presidente do PSDB, o deputado Sérgio Guerra (PE), fala em “fadiga crescente com o status quo” e aposta nos “setores que não dependem da bolsa familiar ou dos sindicatos e burocracia petistas” para obter resultado expressivo.
“No mínimo em cinco capitais vamos chegar no segundo turno. Nos eleitorados superiores a 200 mil eleitores, estamos crescendo e PT está diminuindo”, avaliou Guerra à Reuters.
Do lado petista, o tom de alta tensão com os principais adversários se mantém.
“O objetivo do PT não é que só o PT vença. Nós queremos vencer e queremos derrotar o projeto neoliberal do PSDB e dos Democratas. Aquela oposição que não se conforma de ver trabalhadores governando, com essa visão popular. E também que nossos aliados vençam”, disse o deputado federal André Vargas (PT-PR), secretário de Comunicação do PT, em entrevista recente ao site da legenda.
O PSDB tem chances de vencer no domingo ou ir para o segundo turno em pelo menos 10 capitais. O PT tem chances em 9.
(Estadão)