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Presidente da CPI do Cachoeira usa verba para comprar reportagens

O senador Vital do Rêgo (PMBD-PB), presidente da CPI do Cachoeira e corregedor do Senado, usa dinheiro público para a compra de reportagens a seu favor em veículos de imprensa de seu Estado. Três jornalistas, de rádios e sites de internet, disseram que recebem dinheiro da verba indenizatória do peemedebista para publicar reportagens enviadas pelo seu gabinete. Os ouvintes e leitores não são informados de que se trata de material pago. As informações foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo.
Embora o código de ética da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) proíba, as operações são legais. O senador negou a prática. Segundo ele, as empresas são contratadas para promover a divulgação do seu mandato. Rêgo já havia sido acusado de ter uma funcionária-fantasma. Ele disse que irá investigar a frequência de Maria Eduarda Lucena dos Santos, que se diz coautora do hit Ai se Eu te Pego, cantada por Michel Teló. Ela consta na lista de empregados no escritório do senador na Paraíba e não bate ponto.
Carlinhos Cachoeira 
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.
Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.
Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o PSOL representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir ouros políticos, agentes públicos e empresas.
Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.
(Terra)

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