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SUS: População sofre sem atendimento

 
A suspensão das atividades de clínicas particulares que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pegou muita gente de surpresa. Na manhã de ontem, pacientes peregrinaram pela cidade à procura de unidades que estivessem com as portas abertas, busca que, no entanto, mostrou-se inútil. 

“Já passei em três postos ortopédicos da cidade, mas em todos me informaram que o atendimento está suspenso. Precisava só da assinatura de um médico porque queria fazer ginástica e a academia só aceita minha matrícula com a autorização de um ortopedista”, disse a aposentada Eulina Menezes.

Já a dona de casa Edna Carmo, de 49 anos, pretendia dar seguimento ao tratamento de uma bursite. Contudo, esbarrou nos portões fechados do Instituto Bahiano de Ortopedia e Traumatologia (Insbot), em Nazaré. “Só volto aqui quando tiver a certeza de que a paralisação acabou. É complicado porque queria dar seguimento ao tratamento de uma bursite que tenho”, afirmou.
Situação parecida vive Gumersindo Armado, que faz fisioterapia desde 2007, quando trabalhava no Galícia Esporte Clube. “Tenho um problema na lombar e na cervical. Faço tratamento nos dias de segunda, quarta e sexta. Hoje, acabei encontrando a clínica com atividade suspensa. Muito sério isso”.
Segundo o Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviço de Saúde do Estado da Bahia (Sindhosba), 193 unidades de saúde da rede privada que prestam serviços ao SUS estão paralisadas, deixando de realizar aproximadamente 20 mil atendimentos por dia. 

A situação é mais dramática para quem necessita de acompanhamento de fraturas e lesões ortopédicas, consultas e cirurgias oftalmológicas, atendimento ao acidente de trabalho e realização de exames de imagem (mamografia, ultrassonografia e radiografias), procedimentos que não são ofertados em quantidade suficiente pela rede pública. 

A paralisação das clínicas particulares foi decidida em assembleia realizada na última terça-feira. De acordo com o presidente do Sindhosba, Raimundo Correia, a suspensão das atividades foi motivada pela inadimplência da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que ainda não pagou serviços prestados nos meses de janeiro e fevereiro.
“A preocupação com a falta de assistência nos fez buscar todas as alternativas para evitar a paralisação, mas as clínicas estão enfrentando uma situação limite, sem conseguir manter o atendimento por falta de recursos”, lamentou. 
Além de suspender as atividades das clínicas particulares, o Sindhosba e a Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb) recorreram à Justiça para que a situação dos meses de janeiro e fevereiro seja regularizada. De acordo com Ricardo Costa, vice-presidente da Ahseb, as entidades aguardam que o pedido seja julgado. “Se conseguirmos a liberação do pagamento, o atendimento será normalizado”, concluiu.
Reincidência – Em outubro do ano passado, as clínicas particulares de Salvador também suspenderam o atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O protesto foi motivado pelo teto para atendimento de pacientes vinculados ao plano de saúde público, considerado insuficiente pela Ahseb.(Tribuna)

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