Por que o PSD vai apoiar o PT em Salvador?
Logo mais, às 9h, o recém-nascido Partido Social Democrático (PSD) oficializará seu apoio à candidatura do petista Nelson Pelegrino à Prefeitura do Salvador. O ato acontecerá com toda pompa e circunstância no Hotel Grand Stella Maris e contará com as presenças do ‘pai’ do PSD, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab; do comandante do partido na Bahia, o vice-governador Alencar; e do governador Jaques Wagner (PT); além do próprio Pelegrino. O vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, também estará presente.
O evento, aparentemente, é só mais um ato político em prol de uma probabilíssima aliança que se firmará em junho próximo. Mas será mesmo que Kassab vem apenas prestigiar o apoio do seu partido ao PT?
Como os próprios sociais democráticos se gabam em dizer, a legenda nasceu com grande peso político, afinal, conta com a terceira maior bancada na Câmara Federal, com 53 deputados e, na Bahia, o prestígio é ainda maior. O PSD dispõe de onze parlamentares, atrás apenas do PT, que tem 14 assentos.
Em São Paulo, Kassab é candidato à reeleição e vai bater chapa com Fernando Haddad, o ex-ministro da Educação e candidato do PT. Então, seria espantoso pensar que a presença do líder do PSD sirva como marcação de espaço e tentativa de impor respeito diante do ‘líder do projeto na Bahia’, o governador Jaques Wagner?
Seria Otto Alencar o virtual candidato ao governo do estado em 2014? Não é necessário ter bola de cristal para entender que as circunstâncias levam a esse caminho.
O vice de Pelegrino
A força e o chamego do PSD com o PT têm despertado ciúmes em diversos partidos da base do governo Wagner, a exemplo do PDT, que se manifestou nesta segunda-feira (19) alegando que também tem prestígio e tem muito mais tempo de caminhada.
Por outro lado, seria plausível também o partido realmente indicar o candidato a vice-prefeito da terceira maior cidade do país na chapa encabeçada por Pelegrino. Apesar de novo, vale lembrar que o PSD possui a segunda maior bancada na Assembleia e tem como comandantes o vice-governador do estado.
No rol das especulações e da probabilidade, tudo indica que o nome mais forte para indicação do PSD é o presidente municipal da legenda, o deputado Alan Sanches. Justiça seja feita, méritos não lhe faltam. Alan foi presidente da Câmara Municipal recentemente e foi eleito deputado estadual com quase 40 mil votos em Salvador.
Contudo, pelo menos até então, o próprio Alan Sanches e Otto Alencar negam a costura.
Apoiador e apoiado
Nas entrelinhas, os líderes baianos do PSD mandam o recado ao PT e aos demais partidos da base, ao afirmarem que não ficarão apenas na condição de apoiar. Nas chamadas cidades grandes, por exemplo, o partido terá candidato em Simões Filho, que é comandada pelo irmão do vice-governador, Eduardo Alencar; Santo Antônio de Jesus, cujo candidato é o deputado estadual Rogério Andrade; Ilhéus, onde o partido concorrerá com o atual vice-prefeito, Mário Alexandre.
Em Barreiras, Jusmari Oliveira tentará se reeleger; em Porto Seguro o PSD vai com a candidatura da deputada estadual Cláudia Oliveira; e vai disputar também em Teixeira de Freitas, cujo candidato também integra o partido na Assembleia Legislativa, o deputado Temóteo Brito.(247)