Um funcionário da Receita Federal também estaria envolvido no escândalo de fraudes em licitações no Rio. Uma reportagem do Jornal Nacional  exibiu na noite desta segunda-feira outros trechos das gravações feitas e, em um destes, é citada a participação deste funcionário no “cargo” de contador do esquema. De acordo com a Polícia Federal, 17 representantes das empresas envolvidas no esquema de corrupção serão ouvidos ainda esta semana. Foram instaurados quatro inquéritos, um para cada empresa.
O governador Sérgio Cabral determinou, nesta segunda-feira, que todos os contratos do Governo com as firmas acusadas de envolvimento em um esquema de fraudes em licitações fossem cancelados. A assessoria do governo divulgou uma nota na qual cita as empresas Toesa Service (locadora de veículos), Locanty Soluções (coleta de lixo), Bella Vista Refeições Industriais e Rufolo Serviços Técnicos e Construções. A decisão foi tomada após a reportagem do programa Fantástico exibida neste domingo.
“Todos os eventuais contratos de órgãos do Estado com essas empresas serão cancelados.  A forma de continuidade dos serviços essenciais será decidida caso a caso em comum acordo com a Secretaria da Casa Civil e a Procuradoria Geral do Estado”, diz o Secretário da Casa Civil, Regis Fichtner, através de nota.
A Prefeitura também determinou o cancelamento imediato de todos os contratos com as empresas mencionadas na reportagem e vai analisar com a Procuradoria Geral do Município a melhor solução para substituí-las. De acordo com a assessoria da Prefeitura, o município não tem qualquer contrato em vigor com as empresas Toesa Service e Ruflolo Serviços Técnicos e Construções.
Atualmente, a Locanty presta serviços para cinco órgãos municipais – Previ-Rio, Controladoria Geral do Município, Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Rio Zoo e Secretaria Municipal de Saúde – em contratos que somam R$ 2.747.617,20. A Prefeitura ainda está levantando todos os eventuais contratos com a empresa Bella Vista Refeições Industriais, já que este é o nome fantasia, para que também sejam cancelados. 
Ministério da Saúde suspende contratos
O Ministério da Saúde também informou que vai suspender os contratos com as empresas que ofereceram propina para fraudar licitação de um hospital público. A medida será publicada nesta terça-feira, no Diário Oficial da União.
De acordo com o ministério, das empresas citadas, foi identificado apenas um contrato em vigor com a Bella Vista para fornecimento de alimentação ao Hospital do Andaraí, no Rio de Janeiro. O ministério também irá abrir uma auditoria para verificar todos os contratos de terceirização dos hospitais públicos federais.
Em janeiro, o ministério determinou a suspensão de 37 contratos de obras, com diversas empresas, em seis hospitais públicos do Rio, depois que uma auditoria preliminar da Controlaria-Geral da União apontou desperdício de dinheiro público, formação de cartel entre fornecedores, direcionamento de licitações e cobrança de sobrepreço. 
Investigação do TCU e da PF
O Tribunal de Contas da União informou que já iniciou investigações para apurar a atuação de empresas que prestam serviços a hospitais universitários. O programa Fantástico deste domingo exibiu reportagem onde mostra irregularidades cometidas na gestão de compras e contratações do Hospital de Pediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Em nota, o TCU diz que “já adotou providências para apurar as responsabilidades, inclusive para investigar a possível atuação, em outras unidades que gerem recursos públicos federais, das empresas mencionadas na matéria e de outras que possam ter comportamento similar”.
A Polícia Federal, por sua vez, já abriu quatro inquéritos para investigar as empresas envolvidas no esquema mostrado na reportagem. Através de portaria publicada no Diário Oficial desta terça-feira, o Ministério da Saúde determina a suspensão imediata dos contratos que ainda estejam em vigor com essas empresas em toda a rede de hospitais do país. (O Dia)