Sema, Inema e pesquisadores definem plano para remoção do coral invasor na Ilha de Itaparica
A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), em parceria com instituições de pesquisa, definiram o cronograma e as técnicas para a remoção do coral invasor Chromonephthea braziliensis na Ilha de Itaparica. A ação ocorrerá entre fevereiro e março, em quatro etapas: capacitação de pescadores e mergulhadores, remoção do coral, monitoramento e mapeamento de outras áreas afetadas. O treinamento acontece entre 14 e 21 de fevereiro, abordando os procedimentos para a remoção do coral na marina da Ilha e em áreas próximas à Ilha do Medo.
Nesta terça-feira (4), após a última expedição de monitoramento, foram definidas também as estratégias que serão utilizadas na remoção do combate ao coral invasor. O método adotado inclui a remoção manual, aliada à limpeza minuciosa do local e, quando necessário e em locais de difícil acesso, à aplicação de sal ácido para garantir a eliminação completa da espécie.
“A remoção manual será o método principal, mas é essencial realizar a limpeza do local com uma escova de aço para evitar a regeneração e o surgimento de novos bioinvasores. Além disso, fragmentos soltos podem ser levados pela correnteza e dar origem a novas colônias em outras áreas”, explicou o pesquisador da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Rodrigo Maia.
Segundo a oceanógrafa da Coordenação de Ações Estratégicas da Sema, Mariana Fontoura, após a remoção do octocoral na região da marina de da ilha de Itaparica, serão realizadas campanhas mensais para monitorar e identificar precocemente possíveis recolonizações. Isso possibilitará a adoção de medidas urgentes para controle e prevenção.
Diálogo
Como parte da programação da última expedição de monitoramento, a secretaria, em parceria com o Inema, pesquisadores e representantes da prefeitura, realizou um encontro com marisqueiras e pescadores para apresentar as próximas etapas do projeto. O evento ocorreu na Escola de Tempo Integral Ernesto Carneiro Ribeiro e teve como objetivo fortalecer o diálogo sobre os impactos da espécie na região.
Zé Pescador, um dos fundadores e coordenador de projetos da Pró-Mar destacou a relevância desse trabalho: “o mais enriquecedor dessa experiência é o conhecimento adquirido sobre a vida marinha e os ecossistemas oceânicos. A participação ativa da comunidade científica, dos pescadores e dos gestores ambientais fortalece essa iniciativa e reafirma nosso compromisso com a conservação dos nossos recursos naturais”.
Pescador e mergulhador há mais de 20 anos, Josemar Vicente, conhecedor da região como a palma de sua mão, compartilhou no encontro sua experiência com o mar: “precisamos abrir o olho, porque esse coral está tomando conta. A gente que vive do mar sabe que quando uma coisa assim aparece, tem que agir logo, senão depois não tem mais jeito. O mar fala com a gente, a gente só precisa saber escutar”.
Parcerias
O projeto para a remoção do coral invasor conta com a autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Inema, além do suporte da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa), da Marinha, da Capitania dos Portos da Bahia e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Também participam pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e do Centro Universitário Senai/Cimatec e a ONG Pró-Mar.
Fonte: Ascom/Sema
Foto: Tiago Dantas/Ascom Sema