Bahia: Qual o nível de qualidade da saúde pública?
O caos na saúde pública da Bahia não tem justificativa. Conseguir agendar uma consulta, independentemente da especialidade, tornou-se um verdadeiro desafio. Desde atendimentos básicos, como clínico geral, oftalmologista e pediatra, até consultas mais complexas, como para pacientes oncológicos, a população enfrenta filas intermináveis, muitas vezes sem solução. A tão esperada consulta ou exame esbarra na burocracia da regulação, que, na maioria dos casos, pode levar anos sem sucesso.
Outro problema grave está nos hospitais conveniados, administrados por Parcerias Público-Privadas (PPP) ou fundações. Os agendamentos precisam ser feitos por e-mail — que raramente são respondidos — ou por telefone, que simplesmente não atende. Quando o paciente tenta marcar presencialmente, a resposta é sempre a mesma: não há vagas. O resultado? Pessoas chegando com um dia de antecedência para tentar garantir uma consulta, passando a noite ao relento em uma situação desumana e humilhante.
Diante desse cenário vexatório, o governo do estado e os diretores dos hospitais terceirizados transferem a culpa para as prefeituras, alegando má administração municipal. No entanto, o próprio governo da Bahia afirma que controla diretamente mais de 70% dos 417 municípios do estado. Se esse domínio existe, será que os prefeitos e secretários de saúde dessas cidades estão no mesmo nível de gestão do governo estadual?
A realidade é que a população continua sofrendo, enquanto os responsáveis trocam acusações, sem apresentar soluções concretas.
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