NotíciasPolíticaSalvador

Aladilce Souza discute defesa de área verde do Morro Ipiranga

A defesa de duas áreas verdes da encosta do Morro Ipiranga, na Barra, colocadas em leilão pela Prefeitura de Salvador, mobilizou moradores de vários condomínios do bairro, além de comunidades do Morro do Gato e da Roça da Sabina. A vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder da bancada da oposição, participou de uma reunião na noite de segunda-feira (24), juntamente com a promotora Hortênsia Pinho, do Ministério Público (MP), moradores e representantes de entidades, como o Instituto dos Arquitetos, Amabarra, SOS Buracão e Coletivo Stella Maris.
Indignados com a justificativa do prefeito Bruno Reis para a venda dos terrenos, sob a justificativa de que “o terreno não presta para nada e não rende um real de imposto para a Prefeitura”, os moradores decidiram ampliar a mobilização contra a venda das áreas verdes, remanescentes da Mata Atlântica. Entre as ações planejadas, estão manifestações durante o Carnaval.
Durante o encontro, a promotora Hortênsia Pinho informou que o MP já possui um laudo técnico sobre os terrenos, identificando-os como Áreas de Proteção Cultural e Paisagística, além de ressaltar sua importância ambiental. Segundo ela, a Prefeitura precisa dar publicidade ao processo administrativo da venda de um dos terrenos incluídos no leilão.

Audiência pública
Ficou definido que o MP promoverá uma audiência pública sobre o tema após o Carnaval e buscará um acordo com a Prefeitura para que a venda seja suspensa, considerando a relevância da área para a cidade.
A vereadora Aladilce Souza criticou a posição do prefeito, “que mede a importância da área verde apenas pelo retorno financeiro em impostos, ignorando seu valor ambiental, paisagístico e cultural”. Ela também informou que já protocolou um ofício junto à Secretaria da Fazenda (Sefaz), requerendo o processo administrativo da venda do terreno.
“É fundamental que a opinião pública se manifeste contra esse absurdo. A encosta do Morro Ipiranga é a última reserva de Mata Atlântica da Barra e o prefeito não pode dizer que não vale nada. É um dos cartões-postais de Salvador, ninguém em sã consciência quer trocar essa área verde por um paredão de concreto”, afirmou a vereadora. Ainda segundo Aladilce, a campanha contra a venda das áreas verdes desafetadas será conduzida em três frentes: jurídica, política e social.

Passarela
Outro tema discutido na reunião foi a permissão concedida pela Prefeitura ao camarote Glamour, localizado em frente à encosta do Morro Ipiranga, para a instalação de uma passarela VIP de acesso exclusivo para frequentadores e artistas contratados.
Moradores e representantes de entidades também protestaram contra a estrutura e, diante da falta de resposta da Prefeitura às solicitações da vereadora e dos moradores, ambos ingressaram com ações judiciais requerendo a retirada da “passarela segregacionista”, como definiu Aladilce.

Câmara Municipal de Salvador 

(Foto: Visão Cidade)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *