Um amigo, um colega e um conhecido: Três relações diferentes
Um homem de muitas posses e valores decidiu reunir seus amigos, colegas e conhecidos em uma de suas propriedades. Seu objetivo era conhecer melhor cada um deles. Para isso, escolheu um local específico para se encontrar com cada grupo, convidando-os pessoalmente para estarem presentes em um determinado dia e horário. Ele prometeu uma surpresa importante e pediu que ninguém faltasse.
O homem já tinha uma rotina bem definida com cada grupo: seus conhecidos costumavam se reunir com ele na varanda, onde conversavam de forma casual, trocavam risadas e ideias simples. Seus colegas eram recebidos na sala da casa, um ambiente onde as conversas eram mais produtivas, com trocas de ideias relevantes e discussões proveitosas. Já os amigos participavam de grandes banquetes, sentavam-se à mesa com ele, onde dialogavam sobre vitórias, negócios e planejavam juntos o futuro.
No dia marcado, o anfitrião preparou sua propriedade para receber os convidados. Ele montou três ambientes distintos, seguindo a mesma lógica que sempre usava para cada grupo. Além disso, criou caminhos separados, indicando com placas o destino de cada um: “Amigos”, “Colegas” e “Conhecidos”.
À medida que os convidados chegavam, eram guiados para seus respectivos lugares. Enquanto isso, o homem, propositalmente, demorava a aparecer. Nos espaços reservados, as conversas entre amigos e colegas fluíam animadamente, enquanto os conhecidos mantinham-se em silêncio, aguardando com expectativa o que seria dito.
Finalmente, o anfitrião apareceu em um ponto estratégico da propriedade, de onde podia observar todos os grupos. Ele iniciou a reunião pedindo que cada grupo escolhesse um representante para falar.
Os amigos, primeiro a se manifestar, indagaram:
— Por que nos recebeu desta vez sem o banquete ao qual estamos acostumados?
Os colegas também questionaram:
— Por que não nos acolheu na sala, como sempre faz, com aquele ambiente agradável?
Por sua vez, os conhecidos foram breves e agradecidos:
— Agradecemos por nos receber em sua casa. Não esperávamos algo diferente, pois sabemos que sempre nos acolhe bem.
O homem ouviu atentamente e, após refletir, fez algo inesperado. Pediu que todos se reunissem em um único espaço, quebrando as divisões que havia estabelecido. Lá, tratou a todos de forma igual, sem distinções, mostrando que nenhum deveria ser privilegiado ou inferiorizado.
Reflexão Final
Não devemos nos acomodar com o que é oferecido pelos amigos, com o interesse dos colegas ou com a cordialidade dos conhecidos. Cada relação possui sua essência, mas nem sempre reflete verdadeira reciprocidade. Amigos podem ser atraídos por nossas posses, colegas por seus próprios interesses, e conhecidos podem surgir em momentos tanto felizes quanto adversos.
A verdadeira sabedoria está em discernir quem realmente são nossos amigos, colegas e conhecidos. Isso nos protege de decepções futuras e evita que decepcionemos quem realmente importa.
Visão Cidade