Órgãos da Prefeitura de Salvador participam de pesquisa sobre ilhas de calor na capital baiana
A Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Resiliência e Bem Estar e Proteção Animal (Secis) e a Defesa Civil de Salvador (Codesal) participam da pesquisa Observatório do Calor (Heat Watch Campaign) coordenada pelo pesquisador e professor adjunto Departamento de Geografia da Universidade Federal da Bahia, Paulo Zangalli Jr, destinada a traçar mapas de calor na área urbana da capital baiana.
Segundo o pesquisador, trata-se de um projeto de mapeamento de calor comunitário que conta com a colaboração de voluntários locais para produzir mapas de temperatura e gerar soluções para o calor extremo na região. Em Salvador, serão estudadas 16 rotas preestabelecidas que permitirão uma visão ampla de toda a área urbana.
O trabalho de campo será realizado no dia 23 de janeiro e aplicado em horários distintos, respectivamente entre 6 e 7h, 15 e 16h e 19 a 20h. Os dados serão captados a cada 15 segundos pelos sensores de medição de temperatura instalados nos veículos da Defesa Civil de Salvador. A pesquisa tem o apoio da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) ligada ao governo dos Estados Unidos.
Equipes da Codesal, a exemplo da coordenação de Ações Comunitárias e Educativas, do Centro de Monitoramento de Alerta e Alarme, fazendo a monitoria da climatologia, e da coordenação de Mapeamento de Áreas de Risco, entre outras, acompanharão as atividades da pesquisa em campo.
Os objetivos, explica Zangalli, “envolvem a compreensão de como diferentes bairros de Salvador são afetados pela distribuição desigual das ilhas de calor; entender como os pontos de maior exposição da população são afetados pela distribuição desigual de calor extremo intraurbano e mapear estratégias de adaptação das pessoas mais expostas e vulneráveis ao calor como trabalhadores informais, trabalhadores das praias, varredores de ruas e catadores de recicláveis”.
Segundo o secretário da Secis, Ivan Euler, “esses mapas de calor na região de Salvador permitirão traçar políticas públicas preventivas como no campo da saúde relativas às taxas de óbitos em regiões onde a sensação térmica é maior, além da ampliação das áreas arborizadas de nossa cidade”.
“Salvador tem se preocupado com as questões climáticas e delineou um plano de adaptação e mitigação à mudança do clima em parceria com a Rede C40, ICLEI, GIZ e WayCarbon. É significativo esta parceria para que tenhamos dados climáticos mais precisos de modo a subsidiar política públicas”, destaca o diretor-geral da Codesal, Sosthenes Macêdo.
O mapeamento das ilhas de calor urbano permitirá contribuir, entre outras ações, ampliar a arborização urbana; adotar o conceito de infraestrutura verde-azul nos projetos da cidade; fortalecer a rede de saúde para atendimento às vítimas do clima; produzir mapeamento sobre a criticidade da temperatura e a territorialização das enfermidades; além de projetar cenários climáticos futuros relativos aos anos 2030, 2050 e 2100 na capital baiana.
ASCOM – CODESAL