Ilha de Itaparica: Com cidades de veraneio ou destino turístico?
O turismo na Ilha de Itaparica ainda é um desafio. Infelizmente, faltam políticas públicas e programas consistentes voltados para o desenvolvimento do setor. O que se observa, na prática, são iniciativas pontuais e investimentos limitados, geralmente direcionados à classe A, que vivem em áreas restritas e pouco integradas ao restante da ilha. Não há atrativos turísticos consolidados que deem protagonismo à Ilha. Empresas que exploram o turismo na região frequentemente utilizam Itaparica apenas como ponto de passagem, conectando turistas ao Sul e Baixo Sul da Bahia, relegando a ilha ao papel de simples terminal de embarque ou desembarque.
Itaparica é internacionalmente conhecida, mas apenas de forma superficial. A falta de infraestrutura adequada e de um transporte confiável prejudica o potencial turístico da região. Os sistemas de lanchas e ferry boat, arcaicos e ineficientes, enfrentam problemas de confiabilidade e segurança, o que afasta visitantes e penaliza os moradores locais.
Em Itaparica, o principal destaque hoteleiro é o SESC, um empreendimento voltado para associados do comércio. Apesar de ser uma iniciativa importante, o município apresenta um grande potencial turístico não explorado, sem motivos claros para tal negligência. Uma das empresas que realiza o transporte turístico na região tem como destino final o Sul e Baixo Sul da Bahia. Segundo informações, essa empresa pertence à família do atual gestor municipal, utilizando ônibus e catamarãs próprios para realizar os translados.
Já em Vera Cruz, a escassez de leitos hoteleiros é evidente. As pequenas iniciativas existentes, como vilas e condomínios privados, frequentemente oferecem espaços exclusivos e, em alguns casos, praias particulares, ferindo o direito constitucional de acesso livre às praias por toda a população.
Diante desse cenário, o que esperar dos novos gestores de Vera Cruz e Itaparica? Ambos prometeram, em seus discursos de posse, a implementação de políticas públicas voltadas ao turismo. A expectativa é que essas promessas se traduzam em ações concretas, capazes de transformar a Ilha de Itaparica de uma mera cidade de veraneio em um polo turístico relevante e sustentável. Agora, cabe à população e aos governantes transformarem o discurso em compromisso e realização.
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