Uma reflexão sobre a educação
Em diversos municípios do Brasil, observa-se uma queda acentuada na qualidade da educação. Embora seja comum encontrar escolas com grandes e bonitas estruturas físicas, símbolos de uma transformação estrutural significativa, o nível de aprendizado dos alunos ao final do ano letivo chama a atenção de forma preocupante.
Muitos alunos são aprovados, mesmo em municípios e estados onde é evidente o despreparo acadêmico. Esses estudantes, no entanto, não podem ser reprovados de maneira alguma. Para evitar a reprovação, são submetidos a provas, trabalhos em grupo e atividades realizadas até mesmo em suas residências. O desfecho, muitas vezes, é definido no chamado conselho de classe.
O conselho de classe, composto por professores, realiza uma avaliação baseada em uma série de critérios e requisitos. No entanto, essa avaliação frequentemente se torna um processo formal para garantir a aprovação, mesmo quando o aluno já esgotou todas as possibilidades de aprendizado durante o ano. Os critérios, muitas vezes subjetivos, acabam resultando em uma aprovação automática para a maioria dos estudantes.
Em alguns estados e municípios, a orientação oficial é de que não haja reprovações: todos os alunos precisam passar de ano. Mas como isso impacta o nível de conhecimento desses estudantes? E como ficam os professores, que são obrigados a se adaptar a essa realidade, criando provas e atividades cujo único objetivo é viabilizar a aprovação? O conselho de classe, que deveria ser um momento de reflexão sobre o aprendizado, transforma-se em uma ferramenta para validar aprovações, independentemente do desempenho real.
Nesse cenário, surge uma pergunta pertinente, feita por dona Marlene: “Como um aluno de uma escola pública poderá competir com um aluno da rede privada?” A resposta a essa pergunta reside na consciência de cada pai, professor e governante, que precisam refletir sobre os rumos da educação no Brasil e as consequências dessas práticas para o futuro das novas gerações.
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