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Saúde na ‘beira’ da falência

Meu nome é Saúde Pública da Ilha de Itaparica, abrangendo os municípios de Itaparica e Vera Cruz. Há 20 anos, vivo de promessas. Prometeram a restauração e ampliação do Hospital Geral de Itaparica (HGI), a construção de uma nova UPA e a garantia de uma saúde plena para os moradores da Ilha e para os visitantes. No entanto, todas essas promessas se mantêm apenas no papel, sem qualquer avanço concreto.

A situação é alarmante, principalmente pela ausência de atendimento de alta complexidade, responsabilidade do Estado e da União. No entanto, quando se trata de baixa complexidade, que cabe aos municípios, o cenário não é melhor. É uma falência total. Pior ainda, as diferentes esferas de governo – municipal, estadual e federal – limitam-se a transferir responsabilidades umas para as outras, deixando a população desamparada.

Há pouco mais de nove anos, a administração do HGI foi transferida para uma fundação conceituada. Na época, o então governador garantiu à população que o hospital se tornaria uma referência na região, com centros cirúrgicos, tomógrafo, UTI adulto e pediátrica. Contudo, esse compromisso não foi cumprido. O HGI continua em condições precárias, incapaz de atender emergências e urgências adequadamente. Pacientes que precisam de tratamentos mais específicos enfrentam a dolorosa fila da regulação hospitalar – um sistema que ninguém entende, dado o imenso desafio de conseguir uma vaga para sobreviver.

Mesmo sendo chamada de “Saúde”, convivo diariamente com o descaso. Luto para fazer o melhor com os recursos limitados, enquanto aqueles que deveriam agir continuam apenas discursando. Recentemente, o atual governador prometeu, em campanha, construir mais um hospital na Ilha de Itaparica, no município de Vera Cruz, para desafogar o sistema. Agora, resta saber se ele cumprirá esse compromisso ou se será mais uma promessa vazia. Afinal, ele é o governador de um Estado que se apresenta como o “Governo de Todos os Baianos”.

Vale lembrar que a saúde é um direito de todos e um dever compartilhado entre municípios, estados e a União. No entanto, uma coisa é certa: como está, não pode mais ficar. É urgente que as promessas se transformem em ações concretas.

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