Salve a bandeira nacional!
Gostaria muito que este meu “salve”, hoje, fosse um júbilo e não um pedido de socorro. Sim, é um pedido de socorro.
Como se já não bastasse vê-la descaracterizada pelas ruas das nossas cidades com a ridicularização de suas formas, tive o desprazer de vê-la aviltada em suas reais cores, em plena olimpíada, nas mãos de nossos atletas.
Para quem não entendeu, vou-me explicar:
- Quando Jean-Baptiste Debret desenhou a nossa bandeira imperial ele lhe deu o verde, da casa dos Bragança (D. Pedro) e o amarelo, da casa dos Habsburg (Maria Leopodina);
- Com a república, retirou-se o selo imperial e se colocou a abóbada celeste. E a faixa branca com a frase positivista “Ordem e Progresso” escrita em VERDE;
- O verde de nossa bandeira é o verde-louro, da folha de louro (ainda na planta e não a desidratada usada na culinária), e não um “verde-loiro” com mais amarelo que azul, como “aquilo” que foi utilizado por nossos atletas nas olimpíadas;
- Outra coisa é a dimensão das figuras geométricas usadas em nossa bandeira. O retângulo deve ter 20 x 14 u.n.; Os vértices do losango devem estar separados de 2 u.n. das arestas do retângulo; O círculo deve ter seu centro no meio exato e ele deve estar afastado de 1 u.n. das arestas do losango; A faixa central, em branco, deve ter 0,5 u.n. de largura.
U.N. – Sigla para “unidade de medida” é usada para que se tenha a proporção correta, em qualquer unidade de medida utilizada, para representá-la. Ou seja, se a unidade for centímetros nossa bandeira deverá ser representada por um de-senho de 20 x 14 cm; se for metro, 20 x 14 m; se quilômetro, 20 x 14 km. E assim por diante.
Outro aviltamento ao qual nosso querido símbolo máximo está submetido é pela interpretação pacóvia de muitos, que ela representa, EXCLUSIVAMENTE, um determinado candidato à presidência. No Brasil, diferente de qualquer outro país do mundo, os candidatos preferem ostentar as bandeiras de seus partidos, ao invés de nossa bandeira. Para os americanos, sejam eles Democratas ou Republicanos, a bandeira presente é sempre a Bandeira Americana e nunca a do partido! Na história mundial, quando uma nação (povo originário de um país) trocou a bandeira nacional pela bandeira de um partido, o resultado foi catastrófico para a humanidade – para quem não me entendeu, me refiro a Alemanha quando dominada pelo Nazismo. Neste período, tudo que se via, era a bandeira do partido nazista e não o Pavilhão Alemão.
Quero ter o direito de poder usar a MINHA BANDEIRA de volta, sem ter que ser presumido “torcedor” de determinado candidato político (devo deixar claro que nenhum dos dois expoentes me representa!). A Bandeira não pertence a ninguém! E deve ser cuidada e respeitada pelo que ela é: O símbolo máximo de nosso país e de nossa nação.
Para terminar, vou-me permitir plagiar, um pouco, a Castro Alves, numa estrofe de seu mais famoso poema…
“Auriverde pendão da minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança…
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires ao seu povo de chincalha!”
Dito isso, em homenagem ao dia dela, desta vez em júbilo:
SALVE A BANDEIRA NACIONAL!
Autor desconhecido.