Vera Cruz: Quase uma década de um naufrágio sem punição para os responsáveis
Ao chegar o mês de agosto, a população da Ilha de Itaparica, especialmente do município de Vera Cruz, revive a tristeza do fatídico acidente que resultou na morte de 17 pessoas. A dor é agravada pela lentidão na punição dos responsáveis por este trágico episódio. Enquanto as investigações policiais e as denúncias ao Ministério Público continuam, a comunidade aguarda que a justiça seja feita, mesmo que tardiamente. A frase “justiça tardia não é justiça” ressoa entre aqueles que anseiam por uma resolução.
O impacto do naufrágio foi devastador, dilacerando famílias e deixando marcas profundas na comunidade. Muitas pessoas ainda têm medo de se aproximar do porto das lanchinhas, quem dirá embarcar em uma viagem. O descaso e a falta de apoio às famílias das vítimas e aos sobreviventes, muitos dos quais enfrentam sequelas físicas e emocionais, são evidentes. Alguns tiveram que interromper seus estudos ou abandonar a faculdade devido à falta de acompanhamento psicológico adequado.
Mais do que indenizações financeiras, o que essas pessoas precisam é de atenção e suporte. Indenizações não trarão de volta os entes queridos nem restaurarão a dignidade perdida daqueles que continuam a sofrer.
A sociedade aguarda por uma resposta e por justiça. É necessário que os fatos sejam esclarecidos e que os responsáveis sejam devidamente punidos. Apenas assim, talvez, a comunidade possa deixar esse doloroso capítulo para trás, ainda que as memórias dessa tragédia jamais se apaguem da mente dos moradores de Vera Cruz, Itaparica e de todos os afetados naquele trágico dia de agosto.
O naufrágio da embarcação Cavalo Marinho I ocorreu às 6h44 do dia 24 de agosto de 2017, nas águas da Baía de Todos-os-Santos, no município de Vera Cruz, estado da Bahia.
Visão Cidade